Metroviárias e metroviários de Belo Horizonte continuam em greve, pelo menos até sexta-feira, dia 17 de março. A decisão foi aprovada em assembleia realizada na noite da terça-feira (14), dia em que o movimento completou 29 dias, na Estação Central.
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG) comunicou que não recebeu das instituições do governo federal documento que garantiria, oficialmente, a manutenção da suspensão da assinatura do contrato de transferência da unidade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) para a Comporte Participações S/A, empresa que, num lance único, foi vencedora do leilão do dia 22 de dezembro.
Dirigentes do Sindicato participam, na tarde desta quinta-feira, 16 de março, de mais uma audiência de conciliação em Brasília. Na nova rodada de negociação, estará presente o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, que vem acompanhado todo o processo de privatização, juntamente com parlamentares e movimentos sociais, desde 2021. A categoria reivindica a revogação do leilão ou a garantia dos empregos dos 1,6 mil trabalhadoras e trabalhadores do Metrô de BH. Nova assembleia está programada para sexta-feira (17), às 17 horas no mesmo local.
“Embora não tenhamos recebido um documento oficial que nos garanta tempo hábil para as negociações, o certo é que a assinatura do contrato não aconteceu. Teremos a negociação no dia 16, em Brasília. O deputado federal Rogério Correia (PT) nos falou que o grupo de trabalho instalado pelo governo federal está construindo uma proposta para atender às nossas demandas. E, a dificuldade, tem sido a realocação de todo o pessoal. A Administração Central da CBTU se reuniu hoje (terça-feira) e pode ter uma solução. Queremos a salvação da categoria metroferroviária de Minas Gerais. E que o presidente Lula nos receba e não permita a demissão de 1,6 mil trabalhadoras e trabalhadores concursados”, disse Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidenta do Sindimetro/MG.
Na assembleia da terça-feira, a categoria recebeu o apoio da CUT/MG, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), do deputado estadual Betão (PT), dos movimentos sindical e sociais. “Vou estar com vocês em Brasília, juntamente com a direção da CUT Nacional, que participará também de atividade da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade que apoia a luta dos metroviários. Acredito que teremos notícias boas para a categoria na reunião em Brasília. Estamos juntos nesta luta há três anos. Vocês conquistaram a negociação com a paralisação, têm em pauta a revogação de um inciso da Resolução 206, a revogação do leilão, lutam contra uma multa absurda e os dias descontados pela paralisação. Acredito que vamos vencer esta disputa”, afirmou Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG.
“Vamos voltar juntos, de Brasília, para falar de nossas conquistas. Trago a solidariedade do Sindieletro/MG. E o Sindicato está à disposição para fortalecer a luta contra as privatizações em Minas Gerais. Vocês têm que acreditar que é possível fazer ser possível a revogação do leilão do Metrô. Também passamos, em quatro ocasiões, por tentativas de privatização da Cemig. A companhia chegou a ser privatizada, em 1998, no governo de Eduardo Azeredo, mas Itamar Franco reverteu o processo e conseguiu aprovar uma cláusula de barreira que exige que a venda da empresa só pode acontecer com 3/5 dos deputados estaduais e um referendo. Vencemos a disputa no primeiro mandato de Romeu Zema e estamos prontos para ganhar de novo”, disse Jefferson Leandro Teixeira da Silva, secretário-geral do Sindieletro/MG e secretário de Formação Sindical da CUT/MG.
Fonte: CUT Minas, por Rogério Hilário