Greve



Greve

Indignados com a resposta da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que anunciou em reunião na terça-feira (19) que não vai conceder reajustes nos próximos dois anos, o que resultaria em uma perda de aproximadamente 17,5% nos salários, servidores públicos municipais aprovaram greve geral a partir desta segunda-feira (25).

A decisão foi tomada em assembleia geral, com paralisação das atividades, realizada na Praça da Estação, Região Central da cidade. Trabalhadoras e trabalhadores saíram em passeata até a porta da PBH e voltam a se concentrar na segunda-feira (25), às 9 horas, quando vão parar por tempo indeterminado a saúde, a educação, a administração, a limpeza urbana, a fiscalização, a zoo-botânica, a cultura e demais setores. Uma nova assembleia também foi marcada para o dia 1º de junho, quando os trabalhadores avaliarão a greve e decidirão os rumos do movimento.

“Entregamos a pauta no dia 31 de março e aguardamos 50 dias para que a resposta fosse reajuste zero. Alegaram que houve queda na arrecadação municipal. Nesta conjuntura, só nos resta uma possibilidade: o enfrentamento, a greve geral. É o momento de ir para cima. O prefeito Márcio Lacerda mandou cortar os dias parados para nos intimidar. E os agentes de combate a edemias (ACE) e os agentes comunitários de saúde (ACS), que paralisaram as atividades em janeiro, também não receberam a bonificação prometida pela prefeitura no último dia 11. Disseram que só vão pagar em junho. O dinheiro da saúde está sendo usado para custear o viaduto malfeito, que caiu. Ou vamos para luta ou pagaremos pela incompetência do prefeito. Nós não vamos pagar”, disse Israel Arimar, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel).

Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/MG, enfatizou o apoio da Central e dos sindicatos CUTistas ao movimento de servidoras e servidores municipais. “Sei das dificuldades que vão enfrentar, mas é preciso combater pelo bem de Belo Horizonte, que merece muito do que a administração do atual prefeito. Quero parabenizar a todos pela organização e pela disposição para a luta. Vocês podem sempre contar com a CUT”, afirmou.

A presidenta da CUT/MG convidou todas as categorias do serviço público municipal para participar das mobilizações dos próximos dias, contra a terceirização, a retirada de direitos e a PEC da reforma política defendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Precisamos de uma reação coletiva contra a pauta conservadora que está no Congresso Nacional, com o Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização; a PEC da Corrupção, do deputado Eduardo Cunha, que mantém o financiamento privado nas campanhas eleitorais; e as Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos conquistados. O financiamento privado é a raiz da corrupção. Por isso, vamos levar uma caravana a Brasília, no dia 26, para protestar contra o projeto, que vai entrar na pauta. Vamos nos mobilizar contra as MPs, que mexe nos direitos dos mais pobres, como o seguro desemprego. Ainda mais em um país onde não se protege o trabalho”, acrescentou Beatriz Cerqueira.

“A nossa reação organizada e coletiva, não só da CUT, mas das centrais sindicais, à pauta conservadora acontecerá no dia 29 de maio, com a greve geral em todo o país. Vamos nos concentrar às 16 horas na Praça Afonso Arinos e juntos faremos uma grande mobilização contra a terceirização e a retirada de direitos, com um diálogo com a população sobre estas pautas e as nossas pautas específica. A ampliação da terceirização, prevista no PL 4.330, afetará, e muito, o serviço público, a administração direta”, disse a presidenta da CUT/MG.

Pauta

Com o tema “Nenhum direito a menos! Não vamos pagar pela crise!”, servidoras e servidores públicos municipais de Belo Horizonte lutam por reajuste salarial de 25% para ativos e aposentados, retroativo a 1º de janeiro. A pauta inclui ainda aumento do vale-refeição para R$ 30/dia, extensivo a toda a categoria, independentemente da carga horária cumprida; fixação do dia 1º de maio como referência para o reajuste salarial do servidor municipal; reconhecimento dos cursos de educação a distância e tecnólogos para progressão na carreira; e abertura de concursos públicos com garantia de nomeação de todos os aprovados, para por fim à terceirização na PBH.

Fonte: CUT Minas

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