Os trabalhadores do Consórcio Selt/Remo/CSR, contratado para prestar serviços terceirizados na rede elétrica da Cemig, paralisaram as atividades na última quinta-feira, 07. Na segunda, dia 11, eles continuavam firmes e fortes na disposição de luta até que os patrões negociem a pauta da categoria. Cerca de 500 trabalhadores cruzaram os braços.
A mobilização se manteve em frente à empreiteira Selt, no bairro Cinco, Contagem. Ficou marcada a segunda-feira uma audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho (MPT) às 14 horas.
A indiginação dos eletricitários terceirizados é muito grande, porque eles têm convivido com patrões que se negam a negociar e a dialogar, enquanto cobram produtividade a todo vapor. Na hora que vem com contracheque, como ocorreu na sexta-feira, o salário é muito baixo e horas extras não são pagas. "O valor que recebemos no contracheque é um verdeiro horror, frustra qualquer um. A gente trabalha que nem burro de carga e depois dá de frente com uma remuneração que não dá para a nossa sobrevivência. É duro trabalhar tanto e não ser valorizado", desabafou um trabalhador.
Os trabalhadores denunciam que os gestores do Consórcio, assim como gerente da Cemig, têm feito pressão e ameaças de corte do dia e outras retaliações se eles não voltarem ao trabalho. Mas a decisão da categoria é por dar continuidade ao movimento. "Vamos resistir às pressões", destacou outro trabalhador.
A categoria cobra, sobretudo, o direito de negociar com o Selt/Remo/CSR. Para isso, foi formada uma comissão de trabalhadores do Consórcio, que encaminhou a pauta de reivindicações para os patrões. A resistência dos donos do Consórcio de dialogar com os eletricitários terceirizados é tanta que eles se recusaram a receber a pauta das mãos dos trabalhadores, que foram obrigados a encaminhar suas reivindicações, em documento registrado, pelos Correios.
Os trabalhadores reivindicam, além da reposição salarial pela inflação, aumento real de 7%, abono especial, piso salarial de R$ 1.800,00, PLR, pagamento legal das horas extras e audílio-educação, entre outros itens da pauta. O Consórcio paga, atualmente, praticamente um salário mínimo mais 30% de periculosidade.
Histórico de autoritarismo
O gestores do Consórcio Selt/Remo/CRS sempre se posicionaram com resistência para negociar com os trabalhadores. Em outubro de 2014 foi preciso pedir a intervenção da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego para que os eletricitários conseguissem um canal para a negociação. Em três horas de reunião na Superintendência, ficou acertada uma mesa de negociação entre o Consórcio e uma comissão de trabalhadores. Na época, os trabalhadores conquistaram um ajuste no tíquete alimentação. Mas, agora, os representantes da Selt/Remo ignoram o acordo anterior no Ministério do Trabalho, retomando com o autoritarismo contra os trabalhadores.