Greve



Greve

Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios em Minas Gerais entraram em greve por tempo indeterminado na quarta-feira (18). O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG) informou que ainda não tem o balanço das adesões, mas garantiu que no interior do Estado há agências fechadas devido a greve. Além disso, conforme o sindicato, a expectativa é que ao longo do dia a adesão aumente.

O Sintect-MG informou que a principal reivindicação é contra a privatização da empresa, caracterizada pela terceirização em todas as atividades fins. Além disso, a categoria protesta contra a retirada de benefícios trabalhistas perdidos nos últimos anos e contra o rombo de bilhões no fundo de pensão Postalis, cuja conta pode ser repassada para trabalhadores e trabalhadoras. Às 14h30, os trabalhadores irão participar de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião irá tratar sobre a privatização da empresa.

Nesta quinta-feira (19), trabalhadores e trabalhadoras vão se concentrar, a partir das 9 horas, em frente à Agência Central dos Correios, na avenida Afonso Pena, Região Central de Belo Horizonte. Por volta das 11 horas, eles vão participar de reunião para avaliar a greve, definir encaminhamentos e os rumos do movimento.

Justiça

Com o anúncio da greve, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) se antecipou e deferiu, na terça-feira (17), liminar em favor dos Correios, determinando que as duas Federações que representam os trabalhadores (Fentect e Findect) mantenham efetivo mínimo de 80% em cada uma das unidades localizadas nas bases de atuação, bem como se abstenham de impedir o livre trânsito de bens, pessoas e carga postal em todas as unidades.

A decisão da ministra Maria de Assis Calsing prevê multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento pelas federações. O objetivo é garantir a continuidade da prestação dos serviços, considerados “inequivocamente essenciais”, segundo despacho da magistrada.

No Brasil, 15 sindicatos aderiram a greve.

“Reajuste zero”

Depois de uma campanha salarial em que trabalhadoras e trabalhadoras dos Correios amargaram um “reajuste zero”, a Plenária Nacional da Fentect deliberou pela greve nacional a partir de terça-feira (17). A direção da ECT está colocando em prática o sucateamento geral das condições de trabalho para privatizar a empresa.

Nos setores de trabalho, é cada vez mais insuportável o excesso de serviço. Falta funcionários, materiais de trabalho em praticamente todas as unidades de trabalho para atendentes, carteiros e OTTs (Operadores de Triagem e Transbordo). Nos CDDs, a empresa está colocando em prática o DDA que está aumetando o percurso dos carteiros.

Aproveitando o caos que ela mesma criou, a direção da empresa abriu a contratação de MOTs (mão-de-obra temporária) por concurso público. Essa medida visa a destruir de vez a categoria, terceirizando e acabando com os direitos conquistados pelos trabalhadores. Enquanto lota os setores de terceirizados, a empresa quer demitir trabalhadores através do PDI (Plano de Demissões Incentivadas).

No final do ano passado, foi lançada pela direção dos Correios a empresa subsidiária CorreiosPAR, que vai permitir que a empresa crie e participe de empresa privadas. Na prática, o Correios PAR é a privatização da ECT pois vai permitir que o dinheiro público seja usado para enriquecer os capitalistas. Os trabalhadores precisam sair às ruas contra essa tentativa entregar o patrimônio nacional nas mãos dos banqueiros parasitas.

Na mesma política de privatização, a direção dos Correios também destruiu e privatizou o plano de saúde da categoria. Acabaram com o Correios saúde e criaram a Caixa de Assistência Postal Saúde, adequando todo o serviço médico dos trabalhadores aos moldes dos Convênios Médicos privados que exploram uma necessidade vital que é a saúde dos trabalhadores e suas famílias. O ataque ao plano de saúde da categoria é um ataque a um dos principais direitos conquistados em anos de luta dos trabalhadores. Como era de se esperar, a implantação da Postal Saúde está resultando na piora considerável dos serviços médicos com descredenciamento de hospitais e clínicas e cobrança de taxas.

Além de todo esse quadro alarmante, os trabalhadores participantes do Postalis ainda são obrigados a sustentar o rombo do fundo de pensão da categoria provocado por esses mesmos capitalistas. O dinheiro que o trabalhador investiu por anos está sendo jogado nos bolsos dos banqueiros. Já são R$ 4 bilhões de rombo!

Com medo da mobilização da categoria, a direção da empresa lançou mão de uma política ditatorial. Descontou abusivamente os salários dos grevistas para tentar intimidar os trabalhadores. Essa medida revela a ditadura que a empresa está colocando em prática para garantir os interesses dos capitalistas que querem privatizar os Correios.

Não há mais tempo para esperar. É preciso mobilização. A direção da empresa já sinalizou, como sempre de maneira cínica, que nesse ano não haverá lucro. Isso significa que novamente não vão querer pagar a PLR da categoria e novamente não vão querer reajustar os salários.

Fonte: CUT Minas

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