Servidores e servidoras da saúde do Estado de Minas Gerais entraram em greve por tempo indeterminado na terça-feira (27). De acordo com Renato Barros, coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/G), a paralisação atinge todos os setores – Fhemig, Funed, Hemominas, Secretaria de Estado, entre outros – e as categorias exigem a abertura de negociação pelo governo.
“Nossa pauta foi entregue em fevereiro e até agora não apresentaram qualquer proposta ou nos chamaram para negociar. Por isso, fomos obrigados a recorrer à greve. Não queremos muito. A pauta é a mesma há três anos. Queremos melhores condições de trabalho, salário digno, material para prestar um serviço de qualidade. Pedimos revisão da estrutura de carreira, redução da jornada semanal para 30 horas, sem redução dos salários, mudança no tempo de promoção por escolaridade e isonomia de tratamento”, disse Renato Barros.
Trabalhadores e trabalhadores se concentraram em frente ao Hospital João XXIII, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, participaram de um ato público e se saíram, em passeata, até o Centro da capital mineira. Os grevistas deram um abraço na Praça Sete antes de encerrar a manifestação. Eles receberam o apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG); dos deputados estaduais Adelmo Carneiro Leão e Rogério Correia, ambos do PT; do ex-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), Lindolfo Fernandes; e dos servidores e servidoras públicos municipais de Belo Horizonte, que estão em greve desde o dia 6 de maio.
Segundo Lindolfo Fernandes, o governo mineiro é 24º Estado em investimentos em saúde. O baixo índice no ranking não é o mesmo se comparado em gastos com publicidade e os números da dívida do governo. Ele apresentou dados que mostram que Minas é o segundo estado mais endividado do país. “Apoio o movimento dos servidores da saúde. Trabalhador não pode ter uma tirinha que reajusta os preços como acontece no mercado, a gente remarca nossos salários é com greve, esse é nosso mecanismo.”
Os deputados Rogério Correia e Adelmo Carneiro Leão afirmaram que irão agendar audiência pública na Assembleia Legislativa para intermediar as negociações e para que os trabalhadores denunciem o que ocorre com a saúde em Minas Gerais.