Grades ainda resistem



Grades ainda resistem

Em março as grades foram retiradas das portarias da Cemig, simbolizando a tão esperada abertura da empresa para o diálogo com os trabalhadores. Mas, ao redor do prédio, no Santo Agostinho, as barreiras de metal resistem ao tempo, como símbolo de que as mudanças tão esperadas e prometidas pelo governo não virão por decreto. O ritmo lento com que a empresa ouve e negocia as reivindicações dos eletricitários comprova os obstáculos que ainda dificultam o entendimento entre a direção da Cemig e os trabalhadores.

Ao mesmo tempo, a mobilização pelos 3% dá efeito, e mostra que o motor das conquistas continua sendo a organização dos trabalhadores. Mas a mobilização precisa crescer, na unidade e na ousadia, para a conquista em negociações ainda mais importantes e que estão travadas na mesa de negociação.

Nas setoriais que o Sindieletro vem realizando, surge o questionamento se o Sindicato deveria mesmo ter adiado a paralisação prevista para 23 de junho em defesa do retroativo. E no debate democrático as opiniões se dividem: Alguns trabalhadores entendem que é preciso demonstrar toda nossa força, agora, insistindo no pagamento integral do retroativo. Outros afirmam que a categoria tem que virar a página dos 3% e fortalecer outras lutas, que também são urgentes.

Ressaltamos que a Cemig já escreveu a proposta de parcelamento do retroativo em dez vezes, mas, não apresentou, até agora, o detalhamento de valores, nem os reflexos sobre outros direitos e deixa o pagamento para os aposentados distante. Por todos esses desafios, o Conselho Deliberativo do Sindieletro estará reunido a partir de sexta-feira, 26, debatendo formas de avançar e resolver problemas nesse ponto da negociação e em outras pendências.

Após o CD, a proposta da empresa para pagar o retroativo será levada para a deliberação da categoria. No caso de rejeição, o Sindieletro retornará com a proposta de paralisação e até de greve para a defesa de um direito já definido pelo TST, lembrando que o tamanho da conquista depende sempre da mobilização e da pressão dos trabalhadores.

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