Governo reconhece: contas de luz ficarão mais caras com privatização da Eletrobras

O governo de Jair Bolsonaro (PL) reconhece que contas de luz ficarão mais caras com a privatização da Eletrobras, como os eletricitários sempre alertaram. A confirmação ocorreu em uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira (1º).

Foi nesta comissão que o superintendente de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Davi Antunes Lima, afirmou que a privatização da Eletrobras trará um aumento na conta de energia para o consumidor.

A Aneel é uma autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, portanto, sob o comando do governo federal. Se um servidor da agência reconhece o prejuizo para o povo, o presidente tinha a obrigação de saber.

O fato é que na audiência pública, o deputado Danilo Cabral (PSB-PE) perguntou ao superintendente da Aneel se a privatização da Eletrobras aumentaria os custos para o consumidor.

Antunes Lima respondeu: "Contratar térmica, para fazer um gasoduto para construir uma térmica e, depois, fazer linha de transmissão para trazer essa energia de volta para onde tem o consumo, não é barato, não vai trazer modicidade tarifária”.

Traduzindo: é caro e a conta vai para o consumidor.

O deputado Danilo Cabral, no entanto, não traduziu a fala do superintendente da Aneel, questionou novamente se ele estava dizendo ‘sim ou não’ e Antunes disse, claramente: “pode dar aumento sim, por conta dessas fontes mais caras”.

O alerta de que os preços das contas de luz vão aumentar ainda mais, além de outras mazelas da privatização, vem sendo feito pelos eletricitários e pelas entidades que representam a categoria desde o golpe que destituiu Dilma Rousseff e colocou em seu lugar governos neoliberais.

Uma reportagem do PortalCUT explicando o que o consumidor tinha a ver com isso - a privatização - foi publicada em outubro de 2019. Confira: Privatização da Eletrobras vai afetar o seu bolso; entenda por quê

Apesar de todos os alertas e do ministro Vital do Rêgo ter apontado irregularidaddes no processo de privatização, ter dito em seu voto que a estatal está sendo vendida a preços banana e a possibilidade de aumento nas contas de luz, no dia 18 de maio o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a venda.

O governo Bolsonaro marcou para o dia 13 de junho a privatização da Eletrobras, mas os eletricitários continuam firmes na defesa do patrimônio brasileiro e da sociedade como um todo. Eles estão organizando diversas manifestações nas redes sociais, desde a manhã de segunda-feira (30) até o dia 13 de junho, quando será realizado um grande Ato Nacional em Defesa da Eletrobras Pública. O horário e o local ainda vão ser definidos pelos organizadores.

Fonte: CUT