Governança corporativa da Forluz está sendo destruída



Governança corporativa da Forluz está sendo destruída

Demissões de técnicos e diretores experientes; acúmulo de funções por parte do presidente; contratos sem licitação; Cemig propondo mudanças para se livrar de déficit e compromissos; alterações nos planos sendo tratadas sem nenhuma transparência para os participantes. Há ainda denuncia de uma reestruturação para atender o diretor eleito. Ao que parece, tudo sendo feito apressadamente para viabilizar a privatização da Cemig e agradar o governador Romeu Zema (NOVO).

Diretoria inexperiente

A Forluz sólida e estável está abalada. A diretoria reconhecida nacionalmente no setor foi totalmente trocada. Nos últimos quatro anos, seis diretores foram substituídos. Em outubro, Thiago Gonçalves, diretor de Seguridade e Gestão, foi demitido a mando da Cemig. Thiago foi atuário dos planos da Forluz de 2013 a 2018, era funcionário de carreira e considerado um dos melhores profissionais da sua área no Brasil.

A atual diretoria indicada tem apenas um ano de experiência. Gilberto Lacerda, que assumiu a Presidência em setembro/2018, acumula o cargo de diretor de Seguridade e Gestão desde outubro/2019 (Nelson Benício deve assumir somente em fevereiro/2020). Emílio Cafaro, diretor de Investimento e Controle, assumiu o cargo em novembro/2018.

PDI Forluz

Agora os gerentes da Forluz, Raquel Gouveia, da área de compliance e governança, e Cristiano Freitas (TI), estão saindo via um PDI Forluz (Programa de Demissão Incentivada). O Programa “incentivado” foi criado visando apenas os gerentes mais experientes, ao que parece cinco são elegíveis.

No desenho do Programa de Desligamento, o presidente Gilberto Lacerda, à frente apenas há um ano na Fundação, acumulava a gerência e a diretoria de RH. Ou seja, teve a ideia, escolheu, desenvolveu, propôs e aprovou as demissões.

Perde-se a história, a técnica, o contraditório e as defesas aos interesses dos participantes.

Acúmulo de funções, superpoderes, supersalários e fiscal de si mesmo

Com o acúmulo da Presidência, diretoria de Seguridade e gerência de Compliance, Gilberto Lacerda tem três votos no Comitê de Investimentos da Forluz. Atualmente, Gilberto Lacerda acumula o cargo de Presidente da Forluz e atua como interino nas seguintes funções: diretor de Seguridade e Gestão, gerente de Recursos Humanos e Administração e gerente de Compliance e Governança. Ou seja, sozinho ele tem três votos no Comitê de Investimentos. Achou pouco? Em apenas um ano, Gilberto tornou-se o responsável legal e técnico pelos planos, o ARPB.

Ele é compliance dele mesmo!

Gilberto aderiu ao PDI da Cemig recentemente e, agora, recebe o benefício como aposentado e a remuneração como presidente. Uma renda mensal próxima a R$ 70 mil, além dos prêmios da demissão.

Diretor de Seguridade só assume em fevereiro

Nelson Benício, que foi indicado para substituir Thiago na Diretoria de Seguridade, só deve assumir em fevereiro. Ao que parece, ele segue os passos do presidente e aguarda o PDI da Cemig para também acumular sua renda. Até lá, Gilberto acumula os cargos. A propósito, Nelson era presidente do Conselho Deliberativo da Forluz e votou pela demissão de Thiago Gonçalves.

Mas o que há por trás de tudo isto?

Aguardem a parte 2

Fonte: Portal ABCF

item-0
item-1
item-2
item-3