Para o mercado, o governador Romeu Zema voltou a afirmar que vai privatizar a Cemig, conforme matéria no site especializado em finanças e investimentos, Bloomberg, publicada nesta segunda, 08 de abril. Segundo disse o governador, o projeto de privatização vai seguir para a Assembleia Legislativa até o meio do ano.
Desconsiderando a importância da Cemig para a economia de Minas e até mesmo para o próprio governo, que lhe garante a maior parte do lucro da estatal, com a distribuição de dividendos, o governador afirmou também que, "a geração e distribuição de energia não são atividades prioritárias para o governo de Minas". Ainda declarou que "não dá para evitar a venda da Cemig".
Incrível é que Zema acredita que o projeto vai passar pela Assembleia Legislativa com facilidade, mesmo precisando de três quintos dos votos dos deputados estaduais. Esqueceu-se, no entanto, que pela Constituição Estadual, além dos três quintos dos votos, é necessário realizar um referendo com a população de Minas apontando se a sociedade quer ou não quer a privatização da Cemig.
De acordo com o governador, os que se opõem à privatização da Cemig não chegam a 20% dos deputados.
Com suas declarações, ele conseguiu que as ações da Cemig nas bolsas de valores aumentassem. No entanto, está pagando para ver a reação da Assembleia e do povo mineiro. Pesquisas já indicaram que os mineiros são contra a privatização da empresa e diversos deputados, inclusive da situação, não poupam críticas a Zema pela falta de diálogo com o Legislativo. Como disse a deputada estadual, Beatriz Cerqueira, Zema não pode achar que as decisões do governo cabem apenas a ele. Em outras palavras, Cerqueira quis dizer que o sistema político, republicano, não funciona só com a vontade do Executivo. As decisões políticas precisam ser debatidas e votadas pelo Legislativo.