A gestão da Cemig está tentando, mais uma vez, mudar a realidade dos aposentados da casa para pior. Para isso, vai se utilizar de uma reunião do Conselho Deliberativo da Cemig Saúde, na próxima segunda-feira (30), para tentar fazer valer os efeitos do indevido voto de minerva do qual entende ter direito.
Em comunicado feito ontem, segunda-feira (23), a Cemig Saúde veio a público informar, entre ameaças e dissimulações, mais uma tentativa da gestão de sua mais influente patrocinadora de aumentar os dividendos pagos aos seus algozes do mercado, utilizando, para isso, a precarização do nosso plano de saúde para os ativos e sua extinção para grande parte dos aposentados.
Apesar de, no comunicado, a Cemig Saúde falar em transparência habitual, ela esconde dos beneficiários as verdadeiras intenções das patrocinadoras, que estão por trás dessas iniciativas de implementação dos “novos planos”. A operação aparentemente inofensiva esconde a intenção desleal das patrocinadoras de, no dia 30, massacrarem o direito de manifestação dos beneficiários através da tentativa de legitimação do famigerado “voto de qualidade”, instrumento de autoritarismo que poderia ferir de morte a natureza constitutiva da Cemig Saúde.
Numa visão enraizada na injustiça para com os menos favorecidos, e sedenta por auferir mais lucros para o mercado, a gestão Zema na Cemig — parte dela indiciada por atos suspeitos de ilicitude pela CPI da ALMG — tem dedicado toda a sua energia ao ataque aos acordos históricos firmados com os trabalhadores ao longo da existência da Cemig. O projeto vai desde o calote no cumprimento de obrigações financeiras contraídas junto à Forluz até a negativa de honrar sua parcela no custeio do plano de saúde dos atuais e futuros aposentados, além de precarizar o plano dos trabalhadores em atividade.
O desespero dessa gestão é tamanho que atos em série têm sido praticados em todas as instâncias de decisão, tanto administrativas quanto judiciais, numa corrida incessante de ataques sobre os direitos, principalmente os dos aposentados. A gestão Zema sabe que será expurgada do estado pela população mineira no próximo pleito eleitoral, e por isso, tem pressa em entregar aos seus patrocinadores o patrimônio valioso do povo mineiro, consolidado, inclusive, no conjunto de direitos e garantias de trabalhadores de vários setores, que dão estabilidade econômica e social à parte significante da população de Minas.
O Sindieletro e outras entidades estão dedicando todos os esforços para impedir essas investidas dos mandatários do governador Zema dentro da Cemig. Suas ações representam o caos social para aqueles que constroem e construíram a Cemig ao longo dos seus 70 anos de existência.