Eletricitários do Q.14 relataram que, na quinta-feira passada, mais de 50 empregados da empreiteira Bergson, vencedora da licitação para realizar serviços de manutenção em equipamentos, nas oficinas da Cemig do Quarteirão 14, foram ao local para apresentação e obtenção de informações sobre as tarefas que deveriam realizar. Na sexta-feira, dia 31, eles começariam o trabalho, conforme o contrato da empreiteira com a Cemig. No entanto, “arapongas” da empresa fizeram o impensável: na mesma quinta-feira convocaram os trabalhadores para o famoso “quarto escuro.”
Os trabalhadores, que já haviam sido desrespeitados na entrevista de admissão da Bergson, com a imposição das condições dos patrões para eles, foram obrigados a entregar seus celulares, para que, assim, fossem evitadas gravações, filmagem e fotografias. Dentro do “quarto escuro” foram intimidados a assinar um documento que requereu o preenchimento de algumas informações deles, como por exemplo, a pergunta sobre o treinamento do pessoal. Perguntaram se eles receberam treinamento e qual foi o período. Como todos tinham a necessidade do emprego, eles acabaram por submeter às condições impostas pela empreiteira (salário baixo, menos direitos) e à pressão da Cemig.
O Sindieletro apurou também que a empreiteira ainda não assumiu os trabalhos, para o cumprimento do contrato, ficando aguardando o sinal verde para que seus trabalhadores se dirijam para o Q.14.
Atitude injustificável
O que se comenta no Quarteirão 14 é que um dos gerentes não concordou com a contratação da Bergson. “Por que não concordou? Ninguém sabe.”, questionou um trabalhador.
O gerente de Relações Sindicais (RH/RS), Brunno Viana, disse que é praxe da Cemig realizar, logo após a contratação de empreiteiras, um levantamento para verificar se a contratada está apta a realizar os serviços. Ele negou que os trabalhadores tenham sido chamados para o “quarto escuro”, com a apreensão de seus celulares. “Após essa verificação e se tiver tudo conforme a lei, a empreiteira contratada começa a realizar os serviços”, informou.
Os trabalhadores confirmaram a denúncia. Eles estavam no local, assistiram tudo. Os eletricitários lembraram, inclusive, que isso de isolar trabalhadores em uma sala (por isso, o termo, “quarto escuro) para intimidar já aconteceu antes na Cemig, não uma vez só, mas algumas vezes.
Nada justifica os meios utilizados para verificar se a empreiteira estava apta para realizar os serviços. Também não justifica o RH/RS negar o que aconteceu.
Solidariedade para doação de sangue
O trabalhador Edson Oliveira Santos está internado no Hospital João XXIII para uma cirurgia. Ele necessita de 10 doadores de sangue. Quem puder doar, favor comparecer ao Hemominas e informar que a doação será feita em solidariedade a Edson.