O gasoduto, que deve ligar Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, a Uberaba, no Triângulo Mineiro, continua no papel. Procurada pela reportagem, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que controla a Gasmig, informou em nota que “somente após a posse da próxima diretoria poderá haver alguma definição sobre o gasoduto”.
Conforme a estatal, antes da posse haverá a eleição dos conselheiros indicados pelo governo de Minas nesta quinta-feira. Depois, haverá uma reunião do conselho para nomear a diretoria ainda sem data definida.
O gasoduto é essencial para a operação da fábrica de amônia, prevista, conforme a Petrobras, para 2017, em Uberaba. Em nota, a companhia informou que o contrato firmado pela Petrobras com a Gasmig garante a entrega do gás natural na data prevista para a partida da planta.
Só que para construí-lo, a Cemig precisa que a legislação estadual seja alterada e permita a entrada de um sócio privado. O problema estava aparentemente resolvido, com o interesse da espanhola Gas Natural Fenosa (GNF). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, em outubro do ano passado, a associação entre as empresas para a criação de uma holding que vai controlar Gasmig. Entretanto, o negócio só poderia ser viabilizado mediante alteração na legislação do Estado, que proíbe participação de sócio privado em companhias que tenham qualquer participação pública.
No início deste mês, a Gasmig – que atua no segmento de gás e é controlada pela Cemig – cancelou a licitação do projeto executivo em razão de questionamentos do Ministério Público, entre eles, espessura do gasoduto e o valor do projeto.
A reportagem também procurou a Gas Natural Fenosa, que também em nota, informou que não está comentando o assunto.
No começo de janeiro, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, informou ao jornal O TEMPO, que, até o momento, não houve alteração do projeto. Em nota, ele destacou que o aconteceu foi o cancelamento da licitação, sendo que a definição do projeto será feita após estudo técnico. E no que se refere ao cronograma, ainda há uma previsão de início das atividades.
De acordo com a nota, há três alternativas de traçados para o gasoduto, uma delas é o “Gasoduto Mineiro”(Queluzito-Uberaba.) Outra opção é o traçado passando por Uberaba-Ribeirão Preto e há também o São Carlos-Uberaba. (Fonte: O Tempo).
Luta dos eletricitários
A proposta de construção do gasoduto foi motivo de muita mobilização dos eletricitários em 2014, porque ela possibilitava a privatização da Gasmig, da Cemig Distribuição e Cemig Geração e Transmissão, além de outras estatais mineiras. A luta significou uma vitória, visto que a proposta de parceria com a empresa espanhola e a consequente abertura para a privatização não foi adiante. A direção do Sindieletro não é contra o investimento do gasoduto, mas se posiciona totalmente contra a privatização das estatais mineiras, sobretudo da Cemig. (Fonte: Sindieletro)