A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denuncia que o novo pico covid-19 no Brasil já atinge milhares de trabalhadores da Petrobras. Em reunião entre a entidade e representantes da Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobras, criada para gerenciar o combate à pandemia, os trabalhadores cobraram dos gestores ações efetivas para garantir a saúde e segurança do pessoal.
A FUP contabiliza a marca de 1.484 trabalhadores contaminados pela variante ômicron do novo coronavírus. Os quatro estados mais atingidos são, pela ordem: Rio de Janeiro (1.008 casos), São Paulo (111), Espírito Santo (98) e Bahia (71). Segundo a federação, o número está abaixo da realidade, já que a estatal não informa dados de contaminação de trabalhadores terceirizados.
Além disso, os petroleiros ressaltam que a Petrobras não está considerando 257 casos de covid registrados na Transpetro, o que eleva o número para 1.741 trabalhadores da categoria com covid em todo o Brasil.
Risco em alto mar
Segundo o secretário de Saúde, Meio Ambiente, Tecnologia e Segurança da FUP, Antônio Raimundo Teles Santos, a contaminação é particularmente alarmante entre trabalhadores nas plataformas marítimas. São aproximadamente 10 mil casos, o que equivale a cerca de 25% do total de petroleiros funcionários da Petrobras em estações de trabalho.
No entanto, segundo a FUP, há ainda os terceirizados e os petroleiros da iniciativa privada, subindo o número de trabalhadores em alto mar para algo em torno de 70 mil no país.
O secretário de saúde da federação argumenta que no ambiente do offshore, até por conta da velocidade de contaminação, estão se apresentando evidências que fogem ao controle da Petrobras.
Ele explica que esses trabalhadores em plataformas estão submetidos a um intenso sofrimento, pois os contaminados e os que tiveram contato com eles, estão sendo obrigados a ficar ao relento com seus pertences e a Petrobras não oferece condições para que eles sejam retirados ou recebam atendimento médico adequado.
“A Petrobras desrespeitou os petroleiros, sem tratamento digno. Eles não poderiam ser colocados daquela forma. Era preciso que a área de saúde e médica conduzisse aquela atividade, sem a exposição dos trabalhadores”, diz Antônio Raimundo.
Fonte: Rede Brasil Atual