Frente anuncia medidas jurídicas em defesa da Cemig



Frente anuncia medidas jurídicas em defesa da Cemig

Ontem, dia 12, houve reunião de emergência da Frente Mineira em Defesa da Cemig, na sede da empresa, em Belo Horizonte, e convocada em função de decisão do TCU.

Após reunião de emergência, a Frente Mineira de Defesa da Cemig anunciou que novas medidas serão adotadas contra o leilão de quatro usinas sob a concessão da empresa, marcado pela União para ocorrer no próximo dia 27.

Entre as medidas divulgadas, estão a mobilização de entidades em ações populares na Justiça contra o leilão e a atuação do Ministério Público (MP) por meio de ações civis públicas movidas junto às varas federais no Estado.

O intuito do MP é defender o consumidor contra possíveis prejuízos com o leilão. "Teremos uma guerrilha jurídica", frisou o deputado Rogério Correia (PT), 1º-secretário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e coordenador da frente.

Lançada na ALMG em julho passado, a Frente reúne, além de parlamentares, representantes da empresa, entidades empresariais e de trabalhadores, movimentos sociais e órgãos públicos, e atua contra o leilão das Usinas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande, no Triângulo Mineiro.

A reunião de emergência, realizada na sede da empresa, em Belo Horizonte, foi convocada em função de decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) suspendendo qualquer negociação entre a União e a Cemig. "É algo absurdo não permitir sequer que a Cemig possa negociar", classificou o deputado.

Além do ato de protesto agendado para a sexta-feira (15), durante visita da Comissão de Minas e Energia à Usina de Jaguara, foi anunciada, ainda, a realização de um seminário jurídico na próxima segunda-feira (18), às 9 horas, para avaliar outras medidas visando à impugnação do leilão. O evento será na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). A entidade está à frente da organização do debate, juntamente com o Ministério Público.

Deputado alerta para prejuízos para os consumidores

Em entrevista, o deputado Rogério Correia comentou a notícia de que a Vale poderia vir a se associar à Cemig para viabilizar a participação da estatal mineira no leilão. "Essa hipótese não é considerada no momento, pois o que se quer agora é que o leilão não seja realizado", disse.

O parlamentar voltou a frisar que o leilão das quatro usinas em questão levaria a Cemig a perder 50% de sua atual capacidade de geração de energia. Os impactos, disse, serão negativos não só para a empresa, mas consequentemente também para as finanças do Estado e para os consumidores mineiros.

O deputado Rogério Correia reiterou que as contas de luz podem dobrar de valor, uma vez que os novos concessionários recuperariam o investimento por meio de tarifas mais altas. O governo federal espera arrecadar pelo menos R$ 11 bilhões com o leilão das quatro usinas. "Isso com a justificativa de abater um déficit do orçamento de R$ 159 bilhões", criticou.

Participaram da reunião, ainda, os deputados Geraldo Pimenta e Celinho do Sinttrocel, ambos do PCdoB, além de dirigentes da Cemig, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), do Sindieletro, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Ministério Público, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entre outras entidades e sindicatos.

Fonte: Portal da ALMG

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