Fratura e anestesia: política de gestão da Cemig combina com contratações recentes



Fratura e anestesia: política de gestão da Cemig combina com contratações recentes

Os eletricitários tem enfrentado uma gestão ideologicamente adversa a trabalhadores concursados, que tenta retirar direitos a qualquer custo, inclusive em detrimento da saúde dos trabalhadores. Denunciamos e lutamos contra uma gestão que tenta sucatear o plano de saúde de ativos e aposentados, com um embate ferrenho desde 2021. Cobramos uma gestão que trate devidamente os casos de assédio moral. Enfrentamos uma gestão que sobrecarrega seus trabalhadores com horas extras, acúmulo de função e demissões.

O Sindieletro tem lutado contra o adoecimento dos trabalhadores decorrente da pressão por produtividade e assédio. Além disso, lutamos pela manutenção de um processo negocial honesto, que bate de frente com a política de Romeu Zema de desmonte das negociações de ACT, PLR e outras. Uma gestão que fere a dignidade dos trabalhadores e tenta destruir o patrimônio dos mineiros: fratura.

Ao mesmo tempo, para encobrir a política ultraliberal realizada de maneira contumaz, a gestão da Cemig tenta anestesiar os trabalhadores. Um diretor que tenta impedir que os trabalhadores participem de greve por saúde e segurança, por entender que no seu setor “não há problemas desse tipo”. Uma gestão que faz uma reunião de apenas cinco minutos para tratar do acidente fatal de um eletricitário de apenas 27 anos. O Sindieletro, por sua vez, se manifestou e repudiou a postura da Cemig em todas as etapas que antecederam e sucederam da morte de Gabriel Luciano – e de outros trabalhadores da história da estatal.

Na SIPAT, uma semana de conscientização sobre saúde e segurança e acidentes de trabalho, a Cemig ignora a pauta de assédio moral. Nós, por outro lado, construímos um material informativo para a categoria, honrando com o compromisso de orientar os eletricitários sobre seus direitos. Uma gestão que cria um programa de saúde mental, mas não trata os casos objetivos de adoecimento na categoria. Uma gestão que cria um plano de saúde novo, precário e excludente, e promove marketing duvidoso. Sabemos que isso é só anestesia.

 

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Ironicamente, duas contratações recentes fazem jus às políticas de gestão de Romeu Zema na Cemig. Desde 12 de junho de 2023, o cargo de diretor adjunto de Projetos Especiais da Cemig é de Bernardo Ramos, ex-vereador na Câmara de Belo Horizonte e filiado ao Partido Novo. Além de ser mais um do partido de Zema ganhando cargos na estatal, há a peculiaridade de Ramos ser médico especialista em ortopedia e traumatologia, com enfoque na área pediátrica.

Já no dia 22 de julho deste ano, Zema criou o cargo de vice-presidente executivo especialmente para o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e ex-deputado federal Marcos Montes (PSD). O aliado político é médico anestesista.

O Sindieletro repudia veementemente a política de indicações na Cemig implementada por Romeu Zema. Em campanha, o governador se comprometeu a reduzir as nomeações. No entanto, não só tem aumentado as contratações na diretoria, como os reajustes salariais do alto escalão são completamente desproporcionais aos conquistados pela categoria.

Precisamos fiscalizar, criticar e atuar para coibir os atos dessa gestão mercenária e desrespeitosa. A moralização da Cemig depende de nós, uma vez que a gestão Zema na Cemig contrata médicos para o alto escalão e o adoecimento real na categoria continua sendo ignorado.

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