A Campanha da Fraternidade 2015, que tem como tema “Fraternidade - Igreja e Sociedade”, e como lema “Eu vim para servir”, propõe para a Igreja e para os cristãos a provocação do diálogo dentro da própria Igreja, enquanto instituição. E também entre seus membros, sobre a atenção às ações concretas relacionadas às demandas da sociedade moderna, sobretudo sob a ótica dos ensinamentos de Jesus Cristo. Outro desafio para a Igreja e seus seguidores é como lidar e atuar diante das demandas atuais no campo socio-político.
No contexto sócio-político não há como alguém que se intitule Cristão ficar alheio à crise financeira do Capital, ao acúmulo de riquezas, à violência urbana, às guerras, à fome, à degradação ambiental, à crise da água, à demanda por mais energia, à precarização do trabalho, à falta de moradia, etç. Esses sérios problemas que assolam o mundo não podem e não devem, de forma alguma, ser tratados apenas pelos políticos e pelos detentores do capital. Afinal, os que mais sofrem com tais problemas é a população e, especialmente, os mais pobres. Estes têm que estar inseridos nos processos de discussões e na busca de soluções.
Por tudo isso, no início da Quaresma, o Papa Francisco reflete em tom de questionamento: “...Que a Igreja seja o Corpo que cuida de seus membros mais fracos, os pobres e os pequeninos...”. Em sua reflexão, o Papa Francisco conclama a igreja e as pessoas a se engajarem nas lutas em defesa dos oprimidos. Tal atitude vem demonstrar para a igreja, em seus diversos níveis - Alto Clero e Leigos - que não há mais como fechar os olhos para os problemas da atualidade e para a nova concepção de sociedade. É conclamação da Igreja ao "servir, para que todos tenham vida, e que a tenham plenamente".
A Igreja, através do Santo Pontífice, conclama os outros setores da sociedade a refletirem para construir, de maneira coletiva, soluções para os problemas e conflitos. Assim, não há como governantes, políticos em geral, membros das mais diversas religiões cristãs, empresários, grandes proprietários de terras, e demais cidadãos, ficarem de fora desses debates, já que a responsabilidade é de todos e todas.
Por isso, a luta pela Reforma Política, que é bandeira da CNBB e também dos Movimentos Sociais, é sem duvida uma importante ferramenta para propiciar a participação da sociedade na construção de propostas para as mudanças que, de fato, proporcionem aos nossos representantes políticos a atuação para "servir aos outros" e não apenas a seu mandato ou à sua legenda.
Portanto, a Campanha da Fraternidade 2015 não busca somente provocar, mas também tocar as pessoas, para que essas, diante de sua crença cristã e seu compromisso para com o próximo, assumam sua missão maior, que é: “Eu vim para servir”. O homem que se julgar Cristão deverá, ao atuar em qualquer instância ou instituição, construir soluções que promovam a fraternidade, a liberdade, a justiça e a paz, principalmente com os mais fracos e mais oprimidos. Essa concepção vem ao encontro da concepção do Sindieletro, que sempre luta por Vida, Trabalho e Dignidade.