Forluz: riscos não calculados na compra de ações de usina



Forluz: riscos não calculados na compra de ações de usina

Os representantes dos participantes no Conselho Deliberativo da Forluz reafirmam a posição contrária à compra das ações da Andrade Gutierrez na Usina de Santo Antônio.

A aquisição de 83% da participação da Andrade Gutierrez na Usina de Santo Antônio, no rio Madeira, pela Forluz, pode parecer um bom negócio, mas há vários riscos envolvidos que podem gerar prejuízos de imagem e ingerência política para a Fundação, perda de confiabilidade dos participantes e da própria Cemig, que terá que arcar com os prejuízos que surgirem. E para pagar a conta do “pato”, ainda pode sobrar para a população e os trabalhadores.

Na reunião do Conselho Deliberativo da Forluz, realizada no último dia 15, os representantes dos participantes apresentaram questionamentos e votaram contra a operação porque não estavam seguros sobre o negócio. Estranharam a pressa para aprovar o investimento e a falta de transparência. Não tinha tempo para fazer um amplo debate, inclusive para envolver a categoria.

Mas, com a votação empatada, os representantes da patrocinadora, cedendo à forte pressão da Cemig e da Andrade Gutierrez, utilizaram a prerrogativa do Voto “Trator” (Minerva) para aprovar a compra das ações com recursos exclusivos do Plano A. O investimento implicará em aporte de R$ 80 milhões.

A Usina de Santo Antônio enfrenta, desde o início do empreendimento, muitos problemas ambientais. As obras foram paralisadas em várias ocasiões e o Ministério Público autuou várias vezes o Consócio Santo Antônio Energia (SAESA), responsável pela administração da Usina, pelos impactos provocados e descumprimento da legislação ambiental.

Outro questionamento levantado pelos representantes dos participantes foi a pressão exercida pela Cemig e a Andrade Gutierrez para aprovar a operação, e o fato de outros fundos de previdência que irão participar do Fundo de Investimentos em Participações Malbec (FIP MALBEC) serem comandados pelo governo do Estado de Minas Gerais, (DESBAN do BDMG) e Grupo Cemig (BRASLIGHT da LIGHT ). O entendimento é de que, da forma como foi feita a negociação, é necessário que um grande fundo de pensão, no caso a Forluz, para servir de chamariz para que outros fundos “independentes” também participem do consórcio, viabilizando a operação.

Chama a atenção, ainda, o fato de a Andrade Gutierrez vender parte da participação e continuar como sócia do Consórcio Santo Agostinho Energia. Ou seja, a AG está vendendo, mas continua dona das ações, uma forma de especular, fazer dinheiro fácil e não correr riscos.

Para o Sindieletro, a tranquilidade que existia no passado com operações da Cemig não existe mais. Agora, a Andrade Gutierrez interfere em tudo.

Jamais o Sindicato vai concordar com ingerência política, seja de qualquer governo ou empresa privada, contra nosso fundo de pensão.

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