Forluz atropela participantes e impõe perda de direitos



Forluz atropela participantes e impõe perda de direitos

No mesmo dia em que os eletri¬citários realizavam assembleias para deliberar sobre a continuidade da greve que completa hoje 23 dias em defesa dos direitos de ativos e aposentados, o Conselho Deliberativo (CD) da Forluz retirou dos trabalhadores conquistas importantes previstas no regulamento do Plano B.

Foi extinto o prazo para entrada em vigor das alterações na taxa de juros e na tábua de mortalidade. O regulamento protegia, por quase um ano e três meses, os participantes que atin-gissem as condições de requerer a com¬plementação de renda vitalícia, quando eram surpreendidos com alterações que reduzissem o valor do benefício (premissas atuariais). Também foi retirada a possibilidade do participante que optar pelo plano de cotas (renda temporária em valor variável) migrar posteriormente para o plano vitalício.

Essas propostas foram amplamente rejeitadas pela categoria em assembleias realizadas pelo Sindieletro em maio deste ano. Desde então, o Sindicato fez diversas intervenções junto aos representantes eleitos para representar os trabalhadores, reivindicando que o assunto não fosse deliberado sem o consenti¬mento dos participantes.

O Sindicato também contratou uma consultoria da Associação Na¬cional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), para realizar um estudo técnico, analisar e propor alternativas às propostas. Antes da reu¬nião desta semana do CD da Forluz, o Sindicato enviou correspondência e buscou conversar pessoalmente com os conselheiros, propondo o adiamento da decisão, de forma que fosse possível rea¬lizar um seminário que envolvesse todos os participantes para discutir o assunto.

Incoerência

Infelizmente, os representantes eleitos na última eleição para a Forluz em 2014, Guilherme de Andrade Ferreira e José Renato de Carvalho Barbosa, que não tiveram o apoio do Sindieletro, se aliaram aos interesses das patrocinadoras e viraram as costas à opinião dos participantes. Esses representantes foram eleitos com o compromisso de seguir as deliberações das assembleias dos trabalhadores, mas parece que trair a palavra dada virou moda.

O único representante no Conselho Deliberativo, apoiado pelo Sindieletro, que votou* contra a alteração e registrou seus protestos foi Luciano Lopes Amaral. Decepcionado, ele desabafou. “Somos representantes eleitos pelos trabalhadores e não deveríamos nunca deixar de ouvir a opinião dos verdadeiros donos da Forluz, que são os participantes”. Sempre se questionou a caixa preta das decisões da Forluz, mas nunca antes alterações importantes foram feitas à revelia dos participantes.

Na reunião de ontem, também foram aprovadas a alteração da taxa de juros do Plano B de 5% para 5,3% e a mudança da tábua de mortalidade de “AT2000M” para “AT2000M - Desagravada em 20%”. Na prática, o aumento da taxa de juros que geraria um valor de benefício maior está sendo consumido pela alteração da tábua de mortalidade, ou seja, os novos benefícios a serem concedidos serão comprometidos pelo poder de compra.

O prejuízo é grande e pode ser ainda maior. A chapa eleita que questionava a transparência e a falta de ética na For¬luz, depois de tomar posse, se mostrou autoritária e desrespeitosa com os participantes. O Sindieletro irá propor medidas de mobilização dos trabalhadores ativos e aposentados em defesa do nosso patrimônio na Forluz e estuda adotar medidas jurídicas para impedir essa perda dos direitos.

Clique no link abaixo e acesse a íntegra da declaração de voto do conselheiro Luciano Amaral, que foi contra as mudanças propsotas pela Forluz.

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