Trabalhadores e trabalhadoras da saúde de Minas Gerais decidiram suspender a greve, iniciada no dia 27 de maio, em assembleia realizada nas escadarias do Tribunal de Justiça (TJMG) na sexta-feira (13). Servidores e servidoras fizeram uma vigília no local para aguardar o resultado de audiência de conciliação entre representantes do governo do Estado e dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG).
Na reunião no TJMG, o governo não apresentou propostas para a pauta de reivindicações da categoria, mas foi agendada para segunda-feira (16), às 14 horas, uma rodada de negociações efetiva com o secretário de Estado da Saúde, José Geraldo de Oliveira Prado.
Servidores e servidoras da saúde voltam a se reunir em assembleia no dia 25 para avaliar os rumos da negociação com o governo. “Suspendemos a greve, mas vamos manter a mobilização, que vai garantir as rodadas de negociação. Mas podemos retomar o movimento caso o governo não apresente uma contraproposta. Fizemos uma das greves mais fortes da saúde, que teve um impacto real e o governo foi obrigado a judicializá-la”, disse Renato Barros, coordenador do Sind-Saúde/MG.
De acordo Renato Barros, durante a audiência o governo manteve a posição de apenas negociar caso a categoria encerrasse a greve. “Eles queriam o fim da greve, mas vamos suspender e fazer um novo encontro com o secretario de saúde na próxima segunda-feira”, explicou. Com a decisão, os trabalhadores já voltam ao serviço neste sábado (14). “A greve está suspensa em todos os setores como a Funed, Fhemig, na Secretaria Estadual de Saúde. O sistema hospitalar já volta ao normal amanhã”, afirma Barros.
As reivindicações
Trabalhadores e trabalhadoras da saúde entraram em greve por tempo indeterminado no dia 27 de maio, mais de três meses depois de entregar a pauta de reivindicações ao governo do Estado e sem obter qualquer resposta. A categoria reivindica revisão do plano de carreira, com menor tempo para promoção por escolaridade, a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, aumento salarial de pelo menos 15% para repor as perdas acumuladas, melhores condições para o exercício da profissão e isonomia nas gratificações das diferentes carreiras da saúde e isonomia para os servidores que atuam no Hemominas e na Escola de Saúde Pública, passando o vale alimentação de R$ 10 para R$ 15.
Também como estratégias para forçar o governo a negociar, eles acamparam na porta do Hospital João XXIII, na última segunda-feira (9), e ocuparam a Assembleia Legislativa na terça-feira (10), após assembleia que aprovou a continuidade da paralisação.
Uma liminar que determina a escala mínima dos servidores estaduais da saúde foi concedida na tarde de terça-feira (10) após o pedido feito pelo Estado e pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Além disso, o desembargador Eduardo Andrade, da 1ª Câmara Cível do TJMG, agendou uma audiência de conciliação entre as partes para esta sexta-feira (13).
Ainda de acordo com o TJMG, a decisão determina o retorno de 100% dos funcionários dos laboratórios de sorologia, de teste de ácido nucléico, das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), Centros de Tratamento Intensivo (CTIs), unidades de urgência e emergência, blocos cirúrgicos, pronto-atendimento, alojamento conjunto e bloco obstetrício das maternidades.
Além disso, a determinação ainda garante a escala mínima de 50% nos demais locais de trabalho que integram a Fhemig e proíbe que o sindicato coaja servidores que assumiram seu plantão a abandoná-los, sob pena de pagamento de multa de R$ 100 mil.