Na tarde da terça-feira, dia 22 de setembro, trabalhadoras e trabalhadores da base territorial do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect/MG) se reuniram em assembleia, realizada em frente ao edifício do Correio Central, em Belo Horizonte, e deliberaram, por unanimidade, pelo retorno ao trabalho a partir das 22 horas do mesmo dia, reafirmando o compromisso de manter a luta diária contra a privatização da Empresa e contra os ataques do governo Bolsonaro.
Na assembleia, os ecetistas denunciaram a política de ataques do governo federal e da direção da Empresa contra os trabalhadores e repudiaram a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que numa única canetada retirou dezenas de direitos históricos da categoria, todos aqueles que diziam respeito às cláusulas econômicas como o anuênio, auxílio especial para filhos com deficiência, 70% nas férias, adicional de 30% sob o salário base etc., além da redução da licença maternidade, valor das horas extras etc.
Os trabalhadores compreenderam que a decisão da Justiça está totalmente subordinada aos interesses do governo, que quer enxugar a Empresa ao máximo para facilitar a privatização e, por isto, ataca os trabalhadores sem piedade. Também foi denunciada a política covarde e traidora da burocracia sindical que dirige os sindicatos ligados à FINDECT, em especial as direções dos Sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro.
Contudo, a decisão do TST está longe de significar o fim da luta e é por isto que os ecetistas mineiros saem dessa greve com a cabeça erguida, orgulhosos do movimento histórico e de resistência que realizaram, com a consciência de que Minas Gerais protagonizou a greve mais forte do País, realizando atos grandiosos na capital e pelo interior e mostrando ao governo Bolsonaro a capacidade de luta dos trabalhadores brasileiros. O momento agora é de unir forças, ampliar a mobilização e a luta contra o ataque mais vigoroso que está sendo orquestrado pelo governo, que é a entrega da ECT, do patrimônio do povo brasileiro, aos grandes monopólios internacionais.
A decisão da categoria foi definida depois de 36 dias de greve pela manutenção das cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), contra a retirada de direitos da categoria ecetista e a privatização da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). Na segunda-feira (21), o TST, retirou 43 das 79 cláusulas do ACT da categoria. O Sintect/MG vai questionar judicialmente todas as cláusulas retiradas, e os direitos referentes. A categoria também aprovou uma moção de repúdio à decisão do TST, que será enviada ao tribunal.
A greve geral dos Correios, a maior em adesão da história da empresa, demonstrou a capacidade da classe trabalhadora, com apoiadores, de confrontar e enfrentar a governo de Jair Bolsonaro, com poder de luta contra a privatização. Com disposição história para luta, não apenas pelos seus direitos, como em defesa das empresas e serviços públicos, do patrimônio e da soberania do povo brasileiro, e com apoio de outras entidades que representam servidoras e servidores públicos de outros setores, bem como da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), outras centrais, movimentos sindical, sociais e populares, trabalhadoras e trabalhadores dos Correios comprovaram que, com a união de forças, é possível barrar o projeto ultraneoliberal. Além disso, deixou claro que, com os ataques sofridos pelas empresas e serviços públicos e direitos dos trabalhadores, pelo conjunto formado pelo governo fascista, Judiciário, Legislativo e empresários, a única saída é a união de toda classe trabalhadora com todas as forças e lideranças políticas.
Fonte: CUT Minas