O compromisso de gerar empregos de qualidade não passou de mais uma promessa de campanha do governador Antônio Anastasia (PSDB).
Na última quarta-feira (14), os eletricitários da Cemig Serviços receberam, via Correios, notificação de aviso prévio e, com isso, o fim de um sonho de trabalhar em uma grande empresa.
Criada em 2008 para fazer o serviço de faturamento, leitura e entrega de contas de energia, a Cemig Serviços chegou a ter 200 trabalhadores em seu quadro, todos admitidos através de concurso público. Mas pouco tempo depois a empresa começou um processo de demissões arbitrárias, culminando com o PDI, em fevereiro de 2013.
Durante a curta existência da empresa, os trabalhadores foram discriminados e perseguidos. Apesar das diversas tentativas do Sindieletro de estabelecer negociação coletiva a favor dos eletricitários da Cemig S, a Cemig nunca se mostrou de fato disposta ao diálogo. Os trabalhadores recebiam salários inferiores aos praticados na Distribuição e Geração, não tinham plano de saúde, Forluz e outros benefícios.
Os eletricitários denunciaram as péssimas condições de trabalho em uma audiência na Comissão de Trabalho Previdência e Ação social da Assembleia Legislativa. Em represária, a empresa demitiu vários trabalhadores.
A Cemig usou de todas as práticas ilegais para forçar as demissões, inclusive bancou transporte e hospedagem para os eletricitários participarem de uma reunião em Belo Horizonte.
O assédio moral foi tanto que desde março a Cemig transferiu todos os serviços para empreiteiras, mas os trabalhadores eram obrigados a cumprir o horário de trabalho. Todo o serviço foi entregue para as empreiteiras.
Mas a luta continua. O Sindieletro mantém a mobilização em solidariedade aos trabalhadores da Cemig S e vai cobrar do governador respeito ao concurso público. O assunto também será levado ao Ministério Público e aos movimentos sociais.
Veja abaixo o que disseram os trabalhadores nas redes sociais
“Fui contratado! Saí com uma mão na frente outra atrás!!! Acabei voltando para uma empresa de prestação de serviço”. Matheus Aguiar.
“Este império tucano com suas crueldades superam qualquer regime autoritário, pois mata aos poucos a essência humana. Só terá fim quando a sociedade entender que romper com essas maldades é um ato conjunto que deve superar o individualismo e interesses pessoais”. Maria Catarina Labore.
“Que tristeza, mas deste governo tudo se espera”. Marilda Abreu Araújo.
“O sentimento e de desprezo! Falta caráter da empresa. A Cemig inovou na forma de fazer injustiça. Demissão é uma coisa muita séria, o trabalhador não pode ser desprezado desta forma, ser demitido pelo Correio”. Waldece Wagner Alexandre de Souza.
“Enquanto isso a Cemig, comandada pelo PSDB, bate recorde de lucro a cada ano. Desrespeito e humilhação em prol do lucro aos acionistas.” Celso marcos Primo, coordenador do Sindieletro na Regional Oeste.