Para o Sindicato, a imunização deve ser tratada pela empresa como questão de saúde e segurança.
Minas Gerais já registrou até o momento 110 casos suspeitos de febre amarela no interior, sendo que 20 casos resultaram em morte. Algumas regiões do Estado estão com surtos da doença, entre elas, o Vale do Aço e Leste. O Sindieletro está extremamente preocupado com a situação dos eletricitários da Cemig, principalmente com aqueles que têm como rotina trabalhar em áreas rurais. Se não estão em dia com a vacina, eles precisam se imunizar imediatamente, com todo o apoio da empresa.
Com essa preocupação, o Sindicato procurou a Gerência de Saúde, Higiene e Segurança do Trabalho (RH/ST) da empresa. Pedimos que a Cemig orientasse os trabalhadores sobre a prevenção, os riscos e tomasse uma atitude para garantir a vacinação imediata dos trabalhadores com risco de contrair a febre amarela.
Entendemos que o surto da doença coloca em risco a saúde e segurança dos eletricitários. Portanto, é uma questão para ser tratada com a maior seriedade pelo RH/ST. Notícias na imprensa já dão conta que pânico está se espalhando nas regiões com surtos e já faltam doses de vacina contra a febre amarela em alguns municípios afetados.
A Gerência de Saúde, Higiene e Segurança do Trabalho nos informou que, em comunicado para a casa, orienta sobre a prevenção, os riscos da doença, tudo sobre a vacinação, e que o empregado que precisa de imunização deve procurar um posto de saúde da cidade onde mora ou trabalha. Ainda de acordo com a RH/ST, a Cemig contatou a Secretaria Municipal de Saúde da região endêmica (Teófilo Otoni) e obteve informação que, no momento, não há possibilidade de realizar vacinação em empresas.
Como a Cemig está em todo território de Minas Gerais, fizemos contato com a Secretaria de Estado da Saúde sobre a possibilidade de se negociar vacinação nos locais de trabalho. A Secretaria disse que são os municípios os responsáveis pela vacinação e há espaço para qualquer empresa interessada em imunizar seus empregados negociar com as secretarias municipais de saúde.
De fato, uma questão de saúde do trabalhador
Especialistas de medicina do trabalho também entendem que surtos e epidemias de doenças infectocontagiosas com prevenção pela vacinação devem ser tratados pelas empresas como questão de saúde do trabalhador, sobretudo para os que atuam em áreas de risco.
O médico integrante da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Marcelo Pustiglione, destacou que, ao promover vacinação para os trabalhadores, a empresa protege os grupos vulneráveis e evita contágio para mais gente. “A empresa que investe em vacinação dos trabalhadores reduz a possibilidade de adoecimento e morte decorrentes de doenças que podem ser evitadas. Reduz também o absenteísmo”, afirmou.
Na dúvida, não vá a campo. Vacine antes
A Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sindieletro orienta: o eletricitário que não está imunizado contra a febre amarela deve questionar as chefias sobre os riscos e não ir à zona rural e outras áreas de risco até que seja vacinado. A imunização começa a ter efeito 10 dias após a data da vacinação. A legislação garante ao trabalhador recusar tarefas que coloquem a sua saúde e segurança em risco, até que a empresa garanta a sua segurança, através de medidas preventivas.
Informações básicas da febre amarela:
Quem deve vacinar: pacientes com apenas uma dose registrada no cartão de vacina há mais de dez anos – tomar agora uma dose. Os sem nenhuma dose registrada.
Prevenção: Use o protetor solar com repelente contra insetos e camisa de manga longa. Não só contra a febre amarelas, mas para outras doenças transmitidas por insetos, como a dengue.
Febre amarela: doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, em áreas rurais e urbanas. Nas áreas urbanas a transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em áreas silvestres, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.