Falta de energia provoca prejuízos em João Pinheiro



Falta de energia provoca prejuízos em João Pinheiro

Cemig diz que prestadora de serviços ineficiente gerou problema

Moradores e produtores rurais de João Pinheiro e outros municípios da região Noroeste de Minas Gerais acumulam prejuízos e sofrem com a constante falta de luz, que se agrava no período chuvoso. Algumas áreas já chegaram a ficar até três dias sem energia elétrica, fazendo com que produtores perdessem toda a produção acumulada neste intervalo.
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“Os prejuízos são incalculáveis. É um descaso. Um absurdo, uma vergonha isso que a Cemig Companhia Energética de Minas Gerais) faz com a gente aqui. Temos mais de 5.000 produtores rurais só em João Pinheiro. Imagina as perdas que temos sempre”, reclama José Eduardo Simões Mendonça, vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais Pinheirense. Na última semana, o produtor Guilherme Braga, do distrito de Luizlândia do Oeste, a 85 km de João Pinheiro, ficou 72 horas sem energia elétrica em sua propriedade.

De acordo com a Cemig, o problema na região foi provocado pela empresa Asolar Energy, vencedora da licitação para realizar os reparos na rede nesta parte de Minas. “A empresa não estava dando conta do serviço. Foi notificada três vezes e tivemos que cancelar o contrato no fim de junho”, explica o assessor parlamentar da companhia, Marcos Barroso de Resende.

Ainda segundo ele, imediatamente foi aberto um novo processo de licitação e a empresa vencedora, Potencial Medições SA, já está atuando no Noroeste do Estado, com a promessa de ampliar em 40% o número de funcionários e equipes na área. Todo o quadro de funcionários está sendo treinado e, até o fim do mês, estará em campo em sua totalidade. “Mas, até agora, não vimos melhora nenhuma. Muito pelo contrário, reclama José Eduardo.

Falta de energia não foi o único problema provocado pela Asolar em João Pinheiro. A empresa é acusada de lesar funcionários e comerciantes da cidade, que ficaram sem receber os pagamentos pelos serviços prestados. Postos de Combustíveis, pousadas e lojas de materiais elétricos foram os mais afetados. A questão está sendo analisada pela Justiça.

Procurado, o advogado da empresa, Máverson Leão, informou, por e-mail, que a Asolar Energy S/A não reconhece a legitimidade das reclamações, “não podendo se manifestar acerca do desconhecido”. (Com Aline Diniz/Especial para O TEMPO)

Problema já foi discutido na Assembleia, mas pouco mudou
A questão das constantes interrupções de energia elétrica no município de João Pinheiro e região foi debatida em uma audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no início do mês, quando produtores rurais, comerciantes e ex-funcionários da Asolar Energy cobraram providências.

Apesar do encontro e da mudança na empresa que faz a manutenção naquela área, os moradores de João Pinheiro garantem que nada mudou de lá para cá. Empresário do ramo de segurança, Cláudio Medeiros acredita ter levado um prejuízo de mais de R$ 650 mil de compras que não foram pagas;

Outros municípios do Noroeste, como Arinos e Dom Bosco, além de Belo Oriente (região do Rio Doce), que sofrem com o mesmo problema, também participaram da reunião. (GC)
Promessa. A Cemig garante que, com a mudança de empresa, o número de equipes de manutenção na região afetada passará de 34 para 54.

Jornal O Tempo

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