Participantes: o tempo passa e até o momento a Cemig Saúde não resolveu nada!
Em São João Del Rei os trabalhadores ativos da Cemig, assistidos e pensionistas participantes da Cemig Saúde têm sentido na pele a amarga experiência de conviver com a falta de atendimento do plano de saúde. O dilema entre Unimed e Cemig Saúde se arrasta desde o início do ano e não parece ter tempo para acabar. Enquanto isso, as ditas alternativas criadas com a promessa de atenuar os problemas gerados com o fim do convênio não surtiram o efeito desejado para nenhuma das partes.
A Cassi (plano de saúde dos trabalhadores do Banco do Brasil), apresentado como uma eficiente alternativa não deu em nada. Afinal, sua rede de convênio na cidade ainda é mais precária do que a rede própria da Cemig Saúde.
Outra reclamação dos trabalhadores é que eles foram informados pelo plano que poderiam ter reembolso de consultas particulares, mas a sugestão virou presente de grego. Uma consulta de R$300 tem reembolso de apenas R$58.
Os poucos médicos que têm convênio na cidade estão esgotados e uma simples consulta está sendo agendada somente para o mês de junho. Se é um especialista, a coisa fica pior. Só em outubro.
As pessoas idosas são as mais prejudicadas. “Como posso levar minha senhora, que precisa de acompanhamento constante, em Lavras ou outra cidade? Não dirijo mais porque não enxergo, meus filhos não moram aqui, não tenho dinheiro para pagar um táxi ou motorista particular para fazer isso sempre”, desabafa um eletricitário de 67 anos, que mal consegue andar com suas muletas.
“Meu marido dedicou sua vida e sua saúde à Cemig e agora que está sobre uma cama, inválido, somos obrigados a passar por este problema”, relata uma senhora, que estava com o esposo em casa numa “home care” acompanhado por médico da Unimed.
A revolta e o aborrecimento são explícitos nos rostos dos trabalhadores e assistidos. Desgosto, decepção e abandono são os sentimentos mais comuns. Dia 26 vai completar 20 dias do prazo dado pela Cemig Saúde na reunião realizada dia 6 de abril, para melhoria da rede credenciada. Mas a nossa DRP (Diretoria de Relações com o Participantes), que tem que ser a voz do trabalhador na Cemig Saúde, ainda não deu respostas concretas sobre a melhoria dos convênios. Os trabalhadores relatam que nem os questionamentos enviados à DRP estão tendo atenção e sequer retorno.
Os trabalhadores e assistidos não aguentam mais. O tempo para uma resposta é até o final do prazo de vinte dias solicitado pela Cemig Saúde. Caso não venha uma resposta positiva, todos estão se mobilizando para uma paralisação com o objetivo de provocar na Cemig a solidariedade com essa situação. Os trabalhadores querem que a empresa interceda e use o poder que tem para dar um fim ao martírio de todos que precisam da Cemig Saúde na cidade e região.
O Sindieletro cobra um posicionamento urgente por parte da Cemig Saúde para a solução imediata desse problema. “Não vamos mais tolerar enrolação da Cemig Saúde. Acreditamos que o prazo dado na última reunião seja suficiente para se chegar a um entendimento e retornar a tranquilidade aos participantes do plano da cidade de São João Del Rei e região”, cobra Edvaldo Pereira da Silva, coordenador da Regional Mantiqueira do Sindieletro.
Em reunião na última segunda (24), os trabalhadores de São João Del Rei decidiram coletivamente fazer um ato interno para esperar a resposta prometida pela Cemig Saúde. Caso permaneçam sem retorno, eles farão um ato com paralisação das atividades no início de maio, com a presença dos aposentados, mídia e tudo o que for possível.