Na última quarta-feira, 30, as equipes da Eletro Santa Clara que atuam na Região de Patos de Minas não saíram para o trabalho de campo porque não puderam abastecer os veículos, por falta de crédito da empreiteira junto aos postos de gasolina.
No início de abril os trabalhadores já haviam paralisado as atividades por três dias em protesto contra o atraso no pagamento de salários, por melhores condições de saúde e segurança e pelo cumprimento da legislação trabalhista. Há duas semanas o Sindieletro encaminhou à gerência da Cemig na região uma lista de problemas apurados como a existência de três caminhonetes em condições precárias e falta de pagamento a fornecedores.
Mesmo conhecendo as denúncias e vendo a paralisação dos trabalhadores, a Cemig garantiu o pagamento dos salários atrasados, mas desconsiderou
as irregularidades trabalhistas e as condições de trabalho na empreiteira.
Agora os problemas aparecem: além de interromper serviço de campo por falta de gasolina, as equipes da empreiteira viveram dois incidentes na semana passada que poderiam terminar em tragédia. No dia 23, um defeito no caminhão que transportava uma equipe de manutenção pesada, em Chapadão do Ferro, localidade de Patrocínio, deixou os trabalhadores a pé. O caminhão que foi enviado para fazer o socorro estava com problema de direção e também estragou no local onde a equipe trabalhava.
No último dia 25, a mesma equipe fazia alteração de estrutura para instalar religador na região de Barra do Salitre, também em Patrocínio, quando foi autorizada a retirar os estais para a instalação do equipamento. No momento em que os eletricitários prensavam os estribos, os cabos se partiram causando o giro da estrutura e do poste que só não quebrou por que era de madeira.
Cabe à Cemig responder por que mantém contratos em Patos de Minas, Patrocínio e Curvelo com uma empreiteira que já havia sido suspensa
do cadastro de fornecedores da Companhia após denúncias de trabalho precário e acidente grave e com morte, em 2013.
No próximo encontro do Pacto de Saúde e Segurança, além da linha viva, serão discutidas também, as condições de trabalho nas empresas terceirizadas.
O Sindieletro, mais uma vez, exige da Cemig a suspensão imediata dos contratos com a Eletro Santa Clara, pois só assim poderá garantir que os
trabalhadores retornarão com saúde e segurança para suas casas.