Não só as inúmeras demandas da categoria, que cobramos solução da Cemig há tempos, andam emperradas. Na Sede, está se tornando rotina as catracas pararem de funcionar.
No dia 21 de julho, por volta das 14:30, o problema se repetiu. E, diante do tumulto e transtornos, um “iluminado” encontrou a “solução ideal” para deixar os trabalhadores mais irritados.
Naquela situação tensa de quem está dentro não sai e quem está fora não entra, a porta de vidro do hall da Sede foi aberta. Mas a frustração veio a galope: só gerentes, superintendentes, diretores e os de crachás azuis foram autorizados a circular pela porta.
Assim, mais uma vez a Cemig fechou as portas para os eletricitários. Mais do que isso: expôs a discriminação de classe dentro da empresa, distinguindo a classe dos privilegiados e a classe dos subalternos, a que sempre leva lambada de chicote nas costas.
As catracas ficaram emperradas por mais de uma hora, sob protesto e indignação.
Ponta do iceberg
A falha no funcionamento das catracas na Sede pode ser apenas a ponta do iceberg para os problemas que poderão surgir nos sistemas de telecomunicações e informática da Cemig.
Em 2015, o Sindieletro e os trabalhadores denunciaram que a TI da empresa estava sendo desmontada. Foi apresentado um relatório com o diagnóstico do setor, denunciando os riscos e possibilidades de grandes prejuízos para a Companhia. Os eletricitários cobraram que esse setor estratégico para a Cemig fosse retomado pela estatal.
À época, o Sindieletro cobrou da DGE a solução proposta pelos eletricitários, mas a diretoria não deu ouvidos, seguindo com seus planos. Hoje o CPD e a rede corporativa da Companhia estão sob responsabilidade da Sonda-Ativas, empresa que já foi do grupo Cemig, mas que passou recentemente para a iniciativa privada.
Em seu dia a dia, os eletricitários sentem a migração para a Sonda-Ativas devido à queda na velocidade e, principalmente, à instabilidade da rede corporativa. Tal mudança compromete o uso dos sistemas e causa sérios transtornos para rotina de seus usuários, como a pane nas catracas, por exemplo.
Trabalhadores da TI alertam, novamente, para os riscos que a Cemig corre e que podem comprometer os seus sistemas de comunicações e de informática. Esses sistemas podem ficar indisponíveis a qualquer momento sem que trabalhadores da Cemig possam agir.
Diante de quaisquer problemas, é preciso abrir um chamado na Sonda-Ativas. A solução depende de técnicos, que não têm a mesma experiência que os profissionais do quadro próprio da estatal e desconhecem a criticidade dos sistemas Cemig, até porque atendem várias empresas ao mesmo tempo.
O Sindieletro reitera que a TI deveria voltar a ser a responsável pelas soluções tecnológicas de informática e telecomunicações, para segurança das informações e garantia de estabilidade e bom uso de seus sistemas. Destacamos que, enquanto cumpriu esse papel, a TI obteve o reconhecimento no setor elétrico nacional e internacional pelo pioneirismo de seus sistemas e procedimentos nas áreas comercial e de engenharia.