Fala Diretor: O nosso capitalismo tupiniquim



Fala Diretor: O nosso capitalismo tupiniquim

Na versão brasileira o prejuízo pertence ao povo. Somente o Lucro é privado.

O Governo Federal acaba de anunciar o pacote de estatais que serão vendidas no mercado persa da privatização.

Com o argumento de que o Estado não deve se envolver em atividades empresariais, para se concentrar em áreas como a saúde, a educação e a segurança pública, liberais de todos os matizes e todas as siglas propalam a necessidade de privatizar todo o patrimônio empresarial da União, Estados e Municípios.

O que os liberais se esquecem é de dizer que, na maioria das vezes, as empresas estatais são fundamentais para o desenvolvimento do país e fornecedoras de serviços públicos essenciais (energia, saneamento, correios) ou atuam em atividades estratégicas para a soberania do Brasil (petróleo, gás), cujos riscos de pesquisas e desenvolvimento nenhuma empresa privada quis assumir.

Construir do zero ninguém quis, mas quando o capital encontra tudo pronto, com mercado consolidado e gerando lucro, uma empresa como a Petrobras, a CBTU ou mesmo a Cemig, os donos do dinheiro são unânimes em afirmar que essas atividades não deveriam ser geridas pelo Estado. Devem ser vendidas a preço vil, para enriquecer  aqueles que não se dispuseram a gastar um centavo para desenvolver o país.

A nova relação de empresas a serem privatizadas chega a incluir, pasmem, a Casa da Moeda. Nem mesmo o Tio Patinhas, símbolo da ganância desenfreada do capitalismo teve o direito, de um dia, imprimir moeda. No Brasil ele poderá.

Não! Não há limites para a sanha acumuladora do capital financeiro. Restará apenas privatizar a Presidência da República. Talvez até isso já tenha sido feito. Será?

Por: Emerson Andrada Leite – Coordenador da Regional Vale do Aço

 

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