Exposição da Cemig em audiência foi incoerente



Exposição da Cemig em audiência foi incoerente

Na terça-feira (24), aconteceu mais uma audiência pública para tratar do fechamento da base operacional do São Gabriel. A Comissão do Trabalho, Previdência e Assistência Social, presidida pelo deputado estadual Celinho do Sintrocel (PCdoB), recebeu a Cemig e seus representantes – entre eles, o presidente Cledorvino Belini –, os representantes do Sindieletro/MG e o público que foi assistir.

A audiência é a segunda sobre o tema; na primeira, a Cemig não compareceu. Logo no início das exposições, Cledorvino afir- mou que a gestão está trabalhan do na eficiência operacional da empresa. Segundo o presidente, a Cemig precisa reduzir custos e economizaria R$1,2 mi de manutenção predial do São Gabriel.

“O problema da Cemig se chama caixa. Em dezembro e no próximo ano, vencem as concessões de algumas usinas - Sá Carvalho, Emborcação e Nova Ponte. A Cemig precisa de R$5 bi  para a outorga, e não temos esse dinheiro”, explicou.

Ao final de sua fala, Belini convidou o superintendente de Serviços Comerciais e Emergen ciais da Cemig, Mauro Marinho, para apresentar dados da gestão. Em sua exposição, Marinho revelou dados sobre as equipes das bases operacionais. Afirmou que só existiam três no São Gabriel e 136 profissionais – entre próprios e terceirizados. Além dissso, o superintendente defendeu a transferência dos trabalhadores para o Anel Rodoviário, justificando a viabilidade com base na referência do Corpo de Bombeiros para ocupação por m² por pessoa. De acordo com o Corpo dos Bombeiros, o ideal seria 7m² por pessoa. Já no Anel, que atualmente comporta 580 profissionais, estão disponíveis 32m² por pessoa.

Exposições da Cemig são incoerentes

“A transparência do Mauro Marinho ficou obscura em alguns pontos”, avaliou Vander Meira, diretor do Sindieletro. “Fala-se em três equipes de atendimento, e em 98 trabalhadores próprios. Não se fala, no entanto, que as três equipes são de atendimento emergencial. O resto é comercial”, explicou.

A questão da quantidade de trabalhadores também foi abor dada por Vander: “A empresa já teve, em seu quadro próprio, 22 mil funcionários, numa época na qual atendíamos a metade da população que  existe hoje. Atualmente, temos pouco mais de cinco mil trabalhadores próprios para atender uma massa muito maior de consumidores. O serviço piorou, é só fazer as contas”.

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), coautora do requerimento junto aos deputados Celinho do Sintrocel e Betão (PT), lembrou que os pontos de encon tro para os ônibus exclusivos da Cemig são  longínquos e muitos funcionários tem que andar até 2km para chegar.

O coordenador-geral do Sindieletro, Jefferson Silva, lembrou que  o caminho é perigoso para trabalhadores que precisam passar pelo Anel Rodoviário, uma via sabidamente insegura e congestionada. “O cumprimento do DEC, medidor da ANEEL que avalia o tempo de interrupção de energia, também seria comprometido, uma vez que a distância entre o AR e Jaboticatubas, por exemplo, seria muito maior”, explicou.

No início da audiência, Cledorvino Belini elogiou os trabalhadores da Cemig, dizendo que  “nunca em minha experiência profissio nal, havia conhecido pessoas mais comprometidas com o trabalho”. Disse, também, que admira e respeita os trabalhadores da empresa, mas que a busca era por eficiência. 

Abrindo mão de sua fala final, o presidente preferiu apenas ouvir as exposições e questionamentos dos sindicalistas. Em sua última argumentação, Jefferson lembrou que a Cemig foi projetada para be neficiar todo o território de Minas Gerais: “A empresa, pensada para atender as dimensões territoriais de Minas, desde seu nascimento, no governo de Juscelino Kubistcheck, ao seu ápice, no governo Itamar Franco, obviamente tinha uma funcionalidade para cada base operacional em cada região do estado. Era a garantia da ener gia elétrica mais próxima dos consumidores, para haver o mínimo de instabilidade de energia e o menor risco possível para as pessoas ao esperarem atendimento. A Cemig foi reconhecida como a maior energia do país e não foi um chavão tirado do nada”, finalizou.

 


 


 

 

 
 

 

item-0
item-1
item-2
item-3