O que representa aceitar a proposta da Cemig?
Jefferson Silva: Aceitar essa proposta é aceitar a retirada de direitos históricos da categoria e autorizar a Cemig a aplicar a Reforma Trabalhista. É uma proposta que afronta toda a categoria eletricitária e gera um futuro de incertezas.
Quem é o maior responsável pelas negociações não avançarem?
JS: Sem dúvida alguma, a maior responsabilidade é do governador Fernando Pimentel. A negociação do nosso Acordo Coletivo de Trabalho com a Cemig no governo Pimentel está tão desrespeitosa quanto nos governos dos PSDB. Primeiro tentam impor a Reforma Trabalhista por meio da proposta da empresa! Agora cerceiam o diálogo do Sindicato com os trabalhadores da Cemig. Diretores do Sindieletro foram proibidos de acessar as dependências da empresa, inclusive para realizar assembleias com a categoria! Toda essa prática antidemocrática será tratada como golpe! Todo e qualquer governo que utilizar a nova legislação trabalhista será tratado como golpista!
Estamos vendo assembleias lotadas, com grande rejeição à proposta. Como ficam as mobilizações de agora em diante?
JS: Mesmo com a saída de quase dois mil trabalhadores da Cemig por demissões arbitrárias ou por desligamento voluntário, as assembleias permaneceram cheias. Esta é a resposta necessária à proposta abusiva apresentada pelo Governo do Estado e pela gestão da Cemig. Não aceitamos a retirada de direitos e nem a Reforma Trabalhista. Cobramos resposta a nossa pauta. Dizemos que essa reposta é desrespeitosa porque não reflete nada do que foi debatido nas negociações com a Cemig ou com o governo do Estado. A proposta apresentada gera ainda mais indignação e a resposta está sendo dada nas assembléias. Os trabalhadores da Cemig estão fazendo a sua parte ao lutar contra a retirada de direitos e a greve vai se tornando cada vez mais possível.
Sindicatos ‘cutistas’ unidos contra a Reforma Trabalhista
Em encontro realizado na tarde da última terça-feira, 14, na sede do Sindieletro, diversos sindicatos mineiros filiados à CUT reuniram-se para traçar estratégias para a luta unificada contra a Reforma Trabalhista.
As entidades discutiram e debateram sobre como impedir a retirada de diretos nos acordos coletivos de Trabalho. A palavra-chave, neste momento, é solidariedade.
Para Jairo Nogueira Filho, secretário Geral da CUT-Minas e diretor do Sindieletro, o encontro simboliza a resistência que será necessária para impedir os avanços da agenda golpista contra os trabalhadores. “Somente com a união da classe trabalhadora poderemos fazer a devida resistência. Sozinho, ninguém vai a lugar nenhum”, avalia.
Participaram do encontro, além do Sindieeltro, a CUT-Minas, o Sindifes, Sinttel, Sindipetro, Sindágua, Sindicato dos Metalúrgicos, dos Refratários, dos Enfermeiros e dos Economistas.