Enquanto buscamos o diálogo a Cemig empaca e segue intransigente



Enquanto buscamos o diálogo a Cemig empaca e segue intransigente

Desde o início da nossa campanha de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2019/2020, o sindicato vem apostando no diálogo, nas negociações sérias e produtivas. Porém, do outro lado, a direção da Cemig se mostrou fechada, muda e surda aos anseios da categoria. O autoritarismo foi, e continua sendo a forma de agir da empresa.

A nossa pauta de reivindicações foi entregue no dia 13 de agosto, mas a primeira rodada de negociação só aconteceu no dia 3 de outubro, exatos 80 dias depois, mas a demora não foi nada diante do desprezo da empresa para com os eletricitários. A última reunião foi no dia 21de outubro e a direção da empresa veio com uma pauta que retira direitos, reduz o valor da hora extra e ataca a organização sindical.  Pela primeira vez na história, desconsiderando o processo democrático e o diálogo, a direção da empresa encerrou as negociações e se negou a prorrogar a nossa data-base.

Frustradas as negociações, o Sindieletro buscou apoio com deputados na Assembleia Legislativa. Em paralelo acionou a Secretaria Regional do Trabalho para que mediasse as negociações, mas a Cemig não compareceu. Durante a grave utilizou de práticas antissindicais para pressionar os trabalhadores a não aderir o movimento.

De forma arrogante a Cemig não compareceu na primeira reunião de mediação no Tribunal Regional do Trabalho. Com a instauração do Dissídio Coletivo de Greve e de Natureza Econômica, pelo Sindieletro, e mesmo com a solicitação do desembargador do TRT a empresa se recusou a apresentar nova proposta e a prorrogar a data-base. Na segunda reunião de conciliação, a Cemig recusou a proposta formulada pelo desembargador.

Sem a data-base prorrogada a direção da Cemig tenta pressionar e intimidar os eletricitários. Embora não seja obrigada a utilizar a Reforma Trabalhista, e sem ter um mínimo de bom senso, a empresa divulgou calendário diferenciado para o pagamento do 13º e do salário de dezembro e ainda ameaça fazer o pagamento das horas extras de acordo com a CLT, entre outras maldades.

Descontos dos dias parados

Descontou os dias de greve e o sindicato acionou o TRT, que concedeu liminar favorável ao Sindieletro, proibindo a Cemig e efetuar os descontos. Não satisfeita a Cemig recorreu, mas teve o pedido negado no Tribunal e se descumprir a decisão terá que pagar multa. Em mais uma manobra, na segunda-feira (9) solicitou ao TRT mais tempo para proceder o pagamento dos dias descontados em função da greve.

Enquanto na Cemig a ordem é diminuir os custos operacionais e o desrespeito às negociações coletivas, nas outras empresas que negociam com o Sindieletro, a história é bem diferente.

Confira abaixo o resultado das negociações nas outras empresas do setor elétrico que negociam com o Sindieletro.

Energisa Soluções: A empresa manteve todas as conquistas anteriores e os trabalhadores conseguiram um abono de R$1200,00

Rip Serviços Industriais: Na RIP os eletricitários Conseguiram a manutenção das conquistas anteriores, Vale Perú no valor de R$800,00 e aumento real de 3,22%  no tíquete alimentação.

CEI Energética Integrada: Mantidas todas as conquistas anteriores, Participação nos Resultados (PR) equivalente a 90% do salário mensal - reajuste de 13% no  tíquete alimentação   e a implantação do Plano Saúde da  Unimed.

Omega Energia Renovável: Manutenção das conquistas anteriores e aumento real de 1,5%.

UHE São Simão: Manutenção das conquistas anteriores; reajuste dos pisos salariais; aumento real de 1,78%; aumento real de 6,63% no auxilio refeição; ticket alimentação;  licença maternidade e afastamentos por acidente de trabalho e doenças profissionais,  por até 12 meses.

AC Energética: Manutenção das conquistas anteriores, abono no valor de R$500,00 e plano de saúde para os novos contratados.

Brasil PCH: Manutenção das conquistas anteriores e aumento real de 0,5%.

Como podemos perceber em todos os acordos coletivos os trabalhadores representados pelo Sindieletro obtiveram conquistas. Mas, na Cemig os eletricitários são ameaçados pelo corte de direitos e uma política que só beneficia os acionistas e as empresas interessadas na sua privatização.

Não Vale Privatizar.

 

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