Energisa emperra renovação de Acordo



Energisa emperra renovação de Acordo

Mais uma vez, a Energisa “Soluções” apresenta contraproposta longe da realidade para o Acordo Coletivo 2013 e indigna os trabalhadores. Depois de meses de negociações, mesmo com grandes prejuízos, os trabalhadores reduziram suas reivindicações a migalhas na tentativa de chegar a um denominador comum e fechar o ACT 2013. Mesmo assim, o fechamento do Acordo está sem “soluções”.

Para se ter uma idéia, na última tentativa de acordo os trabalhadores
enviaram para a empresa apenas a reivindicação do reajuste nos tíquetes, abrindo mão, no momento, de outras reivindicações importantes como, aumento real, reajuste do piso salarial, gratificação de escala, e tantos outros.

Para a decepção geral e a indignação dos trabalhadores, a direção da Energisa Soluções propôs aos empregados o reajuste solicitado no tíquete, mas sem o pagamento do retroativo. A data base está vencida há mais de um ano, em 1º de março de 2013.

“A indignação dos trabalhadores é notória em todos os locais que passei. Muitos trabalhadores já destacam que um movimento grevista se faz necessário com urgência. O que causa revolta é perceber a quantidade de jovens,muitos a centenas de quilômetros de casa, com uma capacidade técnica muito eficiente e no auge da produtividade serem tratados com tanto desprezo”, afirma Celso Primo, coordenador da Regional Oeste do Sindieletro.

Irregularidades

Outros problemas também foram denunciados para a direção do Sindieletro. Segundo as denúncias, em todas as usinas que a Energisa tem a prestação de serviços, a empresa não paga horas in itinere (horas do trajeto de casa para o trabalho e vice-versa); corta a alimentação em dias de folga; não cumpre o horário de refeição; não possui critérios para definir valor de salários, o que gera graves problemas de isonomia,entre outros. O Sindieletro está acompanhando e cobra solução.

Lucro a custa dos direitos e conquistas dos trabalhadores

Recentemente anunciada, a compra da Energisa pelo grupo Rede de Energia tornará a empresa - uma das mais antigas companhias do setor elétrico, com 108 anos - o quinto maior grupo de distribuição de energia elétrica do Brasil em número de clientes. A empresa atende aproximadamente 6 milhões de consumidores e uma população de cerca de 15 milhões pessoas.

“É essa mesma empresa que é capaz de cortar o lanche de trabalhadores que ficam confinados em usinas a horas de deslocamento da cidade mais próxima: são eletricitários que trabalham em turno de 12 horas, sem lanche, para garantir o lucro e a sustentabilidade dessa empresa no mercado. E, pior, em períodos chuvosos, esses trabalhadores já ficaram até 24 horas ininterruptas a serviço da empresa, pois a péssima condição da estrada não permite o acesso à Usina em dias de chuva e impede a troca de turnos”, afirma Celso Primo.

O Sindieletro cobra da direção da Energisa que respeite o Acordo Coletivo e as negociações com os trabalhadores. Depois de abrir mão em vários itens, é inadmissível que a Energisa apresente uma proposta de tíquete sem o pagamento de retroativo. O Sindicato também irá acompanhar de perto e cobrar a resolução dos problemas
relativos ao trabalho na usinas em que a Energisa atua.

Energisa responde

A Energisa Soluções encaminhou resposta ao Sindieletro afirmando que mantém uma postura aberta à negociação e ao diálogo permanente com o Sindicato dos Eletricitários, já tendo apresentado "várias propostas com significativos avanços a favor dos trabalhadores dentro da realidade econômica do mercado e em respeito ao cumprimento das determinações legais trabalhistas”. Ainda de acordo com a Energisa, a empresa espera que a última proposta apresentada, “a qual contempla avanços e ganhos alinhados às melhores práticas de RH, seja aprovada pela categoria para que o Acordo Coletivo seja renovado”. Na resposta encaminhada, a empresa não abordou as denúncias de irregularidades trabalhistas levantadas pelos trabalhadores.

O recado dos trabalhadores é claro:

“Não é verdade que a proposta da empresa avança, pelo contrário, é retrocesso. Já reduzimos demais as nossas reivindicações e sem o retroativo dos tíquetes não tem como fechar o Acordo! Está nas mãos da empresa encerrar esse o pesadelo que criou para a negociação de 2013 e em respeito aos que chama de colaboradores, iniciar a negociações de 2014 com mais responsabilidade social”.

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