Como trabalhadores e trabalhadoras sobrevivem neste mundo do trabalho contemporâneo, sendo que o objetivo é sempre a maximização do lucro?
De acordo com as teses da evolução e a história, desde o princípio a espécie humana luta por sua sobrevivência. Com as trabalhadoras e os trabalhadores terceirizados da Cemig representados pela empresa ESEC não está sendo diferente: eles têm lutado por sua sobrevivência!
Desde a segunda-feira (19), após assembleia geral junto ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Norte de Minas/MG, foi deflagrada a greve para reivindicar melhores condições de trabalho, o reajuste das perdas salariais dos últimos anos comparados à inflação, o reajuste do tíquete-alimentação e a melhoria no plano de saúde. Essas são as reivindicações providenciais e o motivo da paralisação.
De acordo com levantamento mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em julho de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas é de R$ 6.802,88 – 4,82 vezes o salário mínimo atual, de R$ 1.412,00. O custo da cesta básica em Minas Gerais, em média, é de R$660,00.
Lutando pelo básico
Na verdade, ser remunerado a partir dessa análise é o sonho de qualquer trabalhadora e trabalhador no Brasil. É preciso entender que as trabalhadoras e os trabalhadores que trazem a energia elétrica até sua casa estão paralisados para que a empresa pague apenas o básico do básico. Há dentro da empresa ESEC trabalhadores quem ganham menos que um salário mínimo! O tíquete-refeição equivale a ¼ da cesta básica, considerando o valor apresentado pelo Dieese.
De acordo com pesquisa do portal salario.com.br e dados oficiais do Novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a faixa salarial do eletricista fica entre R$2.420,00 e R$4.029,68, sendo que R$2.454,04 é a média do piso salarial 2024 de Acordos Coletivos, levando em conta profissionais em regime CLT de todo o estado de Minas Gerais.
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O eletricista mais experiente da empresa ESEC não chega a ganhar a média do piso salarial. Imagine então o eletricista inicial!? Além disso, as trabalhadoras e os trabalhadores estão adoecendo pelo método de trabalho: são muitas as queixas sobre as jornadas intensas, a quantidade de dias viajando, a falta de assistência no plano de saúde, assédio, pressão por produtividade, falta de privacidade e outros pontos.
Contudo, é importante também demonstrar a irresponsabilidade da gestão da Cemig com esses trabalhadores. Há tempos o Sindieletro denuncia a precarização do trabalho e a desvalorização profissional dos que prestam um serviço essencial à nossa sociedade. Mas a empresa nada faz, pois o objetivo da gestão atual é apenas trazer lucro para uma minoria, mesmo que isso signifique relegar os funcionários a uma vida sem dignidade.
Novamente questionamos: como trabalhadores e trabalhadoras sobrevivem neste mundo do trabalho contemporâneo, sendo que o objetivo é sempre a maximização do lucro?
Os trabalhadores terceirizados da Cemig continuam na luta por sua sobrevivência, mesmo (ainda) sem ter a resposta para a pergunta acima.