Fechamento de 54 agências da Cemig muda rotina em cidades do interior de Minas
Consumidores temem terem que viajar mais de 100 km para conseguir acesso ao serviço
Quem procura por atendimento em agências da Cemig nas cidades do interior de Minas pode enfrentar dificuldades. O problema ocorre devido a decisão da estatal de fechar 54 unidades de atendimento presencial no Estado até agosto deste ano. A situação causa insegurança em muitos consumidores, que temem terem que viajar mais de 100 km para conseguir acesso ao serviço.
Em Guanhães, Lima Duarte e Barão de Cocais o serviço já foi encerrado. Além disso, cidades como Vargem da Palma, Carmo do Cajuru, Corinto, Conselheiro Pena e outros quatro municípios enfrentam o processo de encerramento dos atendimentos presenciais. Outras 43 passam por etapa de planejamento para que, em breve, passem por extinção.
A situação foi revelada a reportagem de O TEMPO pelo Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro MG). O coordenador da entidade, Emerson Andrada, explica que o fechamento das agências em cidades de pequeno e médio porte foi anunciado aos funcionários no final de março deste ano. Segundo ele, a extinção pode causar a demissão de 150 funcionários terceirizados que atuam nos estabelecimentos.
"Essas agências são terceirizadas e não interferem diretamente no servidor concursado. Mas o terceirizado está sendo demitido. Já estimamos que cerca de 150 trabalhadores e trabalhadoras percam o emprego após a conclusão dos fechamentos. O projeto inicial seria que todas essas agências estejam fechadas até o final de agosto", pontua.
Segundo o coordenador do Sindieletro, a explicação para o fechamento das unidades dada pela empresa seria "corte de gastos". Ele ressalta, no entanto, que o fim do atendimento vai gerar prejuízos aos consumidores do interior de Minas que, segundo ele, são os que mais necessitam do atendimento.
"Isso atinge o consumidor que mais precisa que é o do interior, que é quem fica mais tempo sem energia. Agora também terá esse problema em relação às agências de atendimento. O prejuízo é enorme. Primeiro, o distanciamento da prestadora com o consumidor, depois a falta de um local de reclamação, além da percepção do pioramento do atendimento. Isso nós avaliamos como uma medida de antecipação da privatização. O governo quer, aos poucos, aumentar a percepção de que o atendimento é ruim e que se privatizar vai melhorar", lamenta.
Fonte: O Tempo