Depois da proposta ridícula da empresa que retira direitos, e que foi rejeitada ainda na mesa de negociação, o Sindieletro intensificou a mobilização junto à categoria. Nesta quarta-feira, 1º de novembro, o Sindicato iniciou uma série de reuniões setoriais nas portarias da empresa, para avaliar os impactos da proposta e definir mobilizações.
No Anel Rodoviário, o coordenador da Regional Metropolitana, Ronei Ferreiral destacou que, “chegou a hora de aumentar a mobilização e apertar os laços de solidariedade com todos os trabalhadores da Cemig”.
De acordo com Ronei, não podemos aceitar nenhuma retirada de direitos, a redução do valor das hora extras para valor da atual CLT, ou propostas que mexam com os eletricistas da linha viva ou de qualquer outro local da empresa. ”Se permitirmos mudanças em setores específicos, em pouco tempo elas irão atingir toda a Cemig”, afirmou.
A lógica da Cemig é apresentar um cenário de quebradeira para os trabalhadores, mas para a alta direção e para o mercado o recado é bem diferente. A corda só aperta para os eletricitários e a empresa tenta reduzir custos. Não respondeu à reivindicação de salvaguardar a categoria dos efeitos da Reforma Trabalhista.
Ronei alertou que o valor da hora extra na Cemig é maior que o da CLT exatamente para coibir a sua realização. “O que a empresa quer é baratear o valor da hora extra para incentivar a prática, em vez de abrir concurso para recompor o quadro de trabalhadores”, disse.
Para Ronei, chegou a hora de proteger o nosso Acordo Coletivo para não lamentar depois.
Itambé
Na Itambé a setorial foi realizada pelo coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, e pelo diretor da entidade, Celso Primo. Os trabalhadores da Itambé que participaram da setorial realizaram um pequeno ato, juntando-se todos com mãos dadas para uma foto, para relembrar o fechamento do prédio no ano passado.
Foi uma mobilização que reuniu trabalhadores de diversos locais da empresa, que se concentraram em frente à Itambé, totalmente fechada desde a madrugada. Essa grande luta garantiu que a Cemig mudasse a posição intransigente de encerrar as negociações do ACT 2016/2017. A empresa acabou cedendo e negociou outra proposta.
Durante a setorial, Jefferson Silva elencou os pontos de impactos da proposta mais prejudiciais aos eletricitários, entre eles, a redução das horas extras e alterações na redação de algumas cláusulas do atual Acordo que podem tirar conquistas. A empresa, por exemplo, muda o texto sobre o adicional de linha viva e o item de demissões por meio de programas de desligamento. No adicional, exclui trabalhadores do direito e nas demissões retira a possibilidade de quem aderir buscar passivos trabalhistas na Justiça.
A Assessoria Jurídica do Sindieletro está analisando ponto a ponto para verificar se a redação não causará novos impactos negativos nos direitos da categoria eletricitária.
O coordenador geral do Sindicato também destacou que é inadmissível a empresa tirar direitos e não negociar uma cláusula que garanta a aplicação da atual CLT. “Buscamos assinar o Acordo até o dia 10 de novembro, mas não vamos aceitar que a Cemig rebaixe o nosso ACT e ainda use a Reforma Trabalhista para tirar mais conquistas dos trabalhadores.
Celso Primo e Jefferson Silva convocaram a categoria para intensificar a luta. Eles disseram que os negociadores do Sindieletro fazem o debate democrático na mesa, não medem esforços para convencer a empresa a atender nossas reivindicações. Porém, é preciso que os trabalhadores coloquem os corações e as mentes para as mobilizações. “Só assim a gente vai construir juntos, com união, um Acordo justo, que garanta todos os nossos direitos. Vamos partir para a luta com os princípios de solidariedade e união”, afirmou Jefferson.