Em Minas, professores e bancários mostram a força dos trabalhadores com greves



Em Minas, professores e bancários mostram a força dos trabalhadores com greves

Os trabalhadores da educação em Minas e os bancários estão em campanha salarial e mostram sua força, com mobilizações que crescem a cada dia. Os bancários estão de greve há sete dias e os trabalhadores da educação vão decidir pela greve amanhã, dia 26.

Nesta quarta-feira, os bancários vão se concentrar na Praça Sete e realizar uma grande assembleia, a partir das 13 horas, para discutir o rumo do movimento.

A greve da categoria foi deflagrada por tempo indeterminado, em resposta à intransigência dos banqueiros e das direções dos bancos federais, que se recusam a atender as reivindicações da categoria. A proposta apresentada pelos bancos no dia 5 de setembro, de 6,1% de reajuste sobre todas as verbas salariais, sem qualquer aumento real, foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários ainda na mesa de negociação.

Os bancários cobram reajuste salarial de 11,93% (inflação mais 5% de aumento real), PLR de 3 salários mais R$ 5.553,15 fixos, piso de acordo com o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio creche/babá de R$ 678 (salário mínimo nacional) cada um, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais contratações e fim das demissões, mais segurança, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, auxílio-educação para graduação e pós-graduação e igualdade de oportunidades, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Professores indignados

Os professores e demais funcionários da rede pública estadual de ensino receberam com indignação a proposta do governo Anastasia de reajuste de 5%. Os trabalhadoras em educação do Estado de Minas Gerais já decidiram paralisar as atividades e vão se reunir em assembleia estadual na quinta-feira (26), a partir das 14 horas, no estacionamento em frente à portaria do Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte, para debater os rumos do movimento.

A categoria está acampada no local desde o dia 30 de agosto para cobrar do governo do Estado o cumprimento de acordos firmados, pagamento do piso salarial da educação, nomeação de concursados, investimento de 25% dos impostos na educação e atendimento digno no IPSEMG.

Na ocupação, educadores e educadoras também denunciam que o governo deixou de investir R$ 8 bilhões na educação nos últimos dez anos. “É esse dinheiro que está fazendo falta para o piso salarial, para a carreira, para quadras, refeitórios, alimentação escolar”, denuncia Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/MG e coordenadora-geral do Sindicato Único dos Servidores em Educação de Minas Gerais (Sindiute-MG).

Em reunião realizada na segunda-feira (23), o governo do Estado apresentou proposta de 5% de reajuste salarial e 2,5% de progressão para os servidores que tiverem cumprido os requisitos para receber o benefíco. A resposta foi recebida com indignação pela categoria, que ficou insatisfeita com a baixa porcentagem de reajuste oferecida e com a ausência de propostas em relação à carreira. “Esses 5% não repõem nem a inflação do período das tabelas do subsídio. Queremos proposta de pagamento do Piso Salarial como vencimento básico.Também não foi apresentada nenhuma proposta sobre promoção na carreira. Com esta proposta, a carreira continua congelada”, afirma Beatriz Cerqueira.

Em relação à projeção prometida pelo governo, a presidente do Sindiute lembra que é um direito do trabalhador da rede estadua. “O governo anuncia como se estivesse fazendo um favor, mas é direito. Quem trabalha no estado tem que receber projeção a cada doisa anos, então eles estão atrasados com esse pagamento”, frisa. Além disso, Beatriz Cerqueira denuncia distorções nas tabelas salariais entre servidores com a mesma escolaridade.

Esta é a quinta reunião a acontecer este ano. Representantes do Sind-UTE/MG e do governo sentaram à mesa de negociações em 2013, nos dias 22 de abril, 27 de maio, 10 de julho e 13 de agosto.
O governo afirma que o encontro de segundo-feira visava prosseguir o compromisso firmado na última reunião pelos participantes e, com isso, dar continuidade a análise de temas associados à carreira dos profissionais da Educação e discutir assuntos tais como: descongelamento da carreira e reajuste da categoria, cuja data-base é outubro.

Mas, segundo a direção do Sind-UTE/MG, até agora não houve avanços. A presidenta da CUT/MG e coordenadora-geral do Sindicato, Beatriz Cerqueira, é taxativa: “O que queremos é simples. Que o governo cumpra o Termo assinado em 2011, pague o Piso Salarial, ofereça atendimento digno no Ipsemg, nomeie todos os concursados para todos os cargos vagos e faça o investimento de 25% dos impostos na educação conforme manda a Constituição Federal. Esperamos ainda que hoje o governo apresente uma proposta de política remuneratória digna e o descongelamento da nossa carreira.”

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