A Cemig está impondo o fim do diálogo e a retirada de direitos do nosso ACT. O ataque à organização sindical vem por meio da negativa de prorrogação da nossa data-base. Nesse cenário, resistimos e lutamos! O Sindieletro, além de chamar a categoria eletricitária para a mobilização, tem recorrido ao campo institucional (jurídico e legislativo) para garantir a continuidade das negociações e a prorrogação da data-base.
Entregamos a nossa pauta no dia 13 de agosto e a Cemig chamou para negociar em três de outubro. Desde então, em menos de um mês de negociação, recebemos três contrapropostas que não mudavam nada entre si – apenas alteram a forma de retirar direitos. Tivemos que nos desdobrar para realizar as assembleias, mesmo num cenário de hostilidade, apresentado pela empresa, em relação ao contato entre sindicato e trabalhadores. Mesmo assim, a empresa já ameaça usar a nova legislação trabalhista para retirar conquistas históricas dos trabalhadores.
No dia 29 participamos de uma audiência de mediação de caráter administrativo, no Tribunal Regional do Trabalho – 3ª Região, para tratar o conflito. Representantes da empresa não compareceram, mas conseguimos nova audiência no dia cinco de novembro. Na conversa com o juiz, o Sindieletro aceitou cancelar a greve marcada para o dia 30, em nome do diálogo.
Ainda no âmbito do Legislativo, conversamos com o deputado Raul Belém (PSC), vice-líder do governo na Assembleia Legislativa. Raul Belém se comprometeu a intermediar, junto a secretários do governo, a conversa em defesa da prorrogação da nossa data-base.
A direção do Sindieletro também esteve na audiência da Comissão do Trabalho, da Previdência Social e da Assistência Social da ALMG, realizada no dia 30. Denunciamos: os representantes da Cemig cerceiam os trabalhadores para impor a aprovação da proposta patronal!
A empresa ameaça o corte de horas de trabalhadores que participam de setoriais. Os gerentes e superintendentes são orientados, após cada proposta da estatal, a chamarem os eletricitários para assembleias, numa clara pressão pela aprovação. Denunciamos, ainda, o uso do prazo final da data-base como ferramenta de coerção.
Buscamos, também, o deputado federal Rogério Correia (PT), para mediação junto a representantes do governo de Minas. A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) também se comprometeu a buscar caminhos que possam solucionar o conflito nas negociações do ACT 2019: trouxe os desafios que estão colocados para o conjunto das categorias das estatais e do funcionalismo público no Estado. Na educação, o governo por medida administrativa está propondo fechamento de escolas no Estado de Minas Gerais.
Lógica que não aceita oposição
Os gestores da Cemig têm a mesma atitude dos governos federal e estadual. Diante de nossos questionamentos, eles não admitem discordância e partem para o ataque! As negociações com sindicatos que representam categorias de trabalhadores em estatais, federais e estaduais, têm seguido essa prática; As gestões, em geral, estão propondo cortes de direitos e redução no número de dirigentes liberados.
Nossa data-base vence nesta sexta, 1º de novembro. Os próximos passos são lutas mais intensas: nossas assembleias estão virando greve e já temos a audiência marcada no TRT, para o dia cinco. Uma segunda ausência por parte da Cemig seria péssima e demonstraria, mais uma vez, que a vontade de dialogar é unilateral. Vamos continuar a mediação no campo institucional: cabe a todos nós a indignação e a resistência para enfrentar a pior proposta dos últimos tempos.
Não vamos esmorecer: acompanhe o sindicato em nossas redes sociais e coloque em prática nossas dicas de mobilização! Juntos, somos mais fortes. ACT digno é um direito!
Por que não, Cemig? Trabalhadores da Copasa conquistam prorrogação da data-base
Os trabalhadores da Copasa também estão em Campanha Salarial e rejeitaram a terceira contraproposta da empresa, que também retira direitos. A direção da empresa reabriu as negociações e prorrogou a data-base por tempo indeterminado: assim, evitou-se a greve. A pergunta que não quer calar: o que impede a Cemig de tomar a mesma decisão?
#NãoValePrivatizar