Contra as altas taxas de juros no Brasil, trabalhadores saíram às ruas na terça-feira (21), cobrando a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 13,75%. Em Belo Horizonte, a manifestação aconteceu às 11h, na Praça Sete, no Centro da cidade.
Para Jairo Nogueira Filho, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), com os juros altos, o Brasil está na contramão do mundo. Por isso, o dia nacional de lutas convocado pela central ganha importância.
“As altas taxas de juros prejudicam não só a economia, mas também os trabalhadores. Dificulta a geração de emprego, a abertura de novos negócios e o consumo. A pessoa não consegue nem mesmo comprar uma geladeira ou um fogão”, destaca o sindicalista.
Contexto
As mobilizações aconteceram em meio ao embate entre o presidente Lula (PT) e o presidente do Banco Central, Campos Neto. Segundo economistas, o Brasil tem os maiores juros reais do mundo, o que significa crédito mais caro e mais dificuldades para o investimento e a geração de empregos.
Os protestos também reivindicaram a democratização do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que é um órgão composto por representantes do governo, empresários e trabalhadores, que julga os processos administrativos sobre impostos, tributos e contribuições.
Como os empresários têm maioria nos assentos do Carf, eles acabam se beneficiando dessa posição, impedindo a cobrança e recuperação de R$ 1 trilhão em dívidas, de 126 empresas.
Por Wallace Oliveira, Brasil de Fato MG