Em BH, ato do Dia Nacional de Mobilização provou que gasolina pode custar R$ 3,50



Em BH, ato do Dia Nacional de Mobilização provou que gasolina pode custar R$ 3,50

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e entidades da base CUTista se uniram com movimentos sociais, estudantis e populares e realizaram, nesta quinta-feira, 4 de março, ação da campanha “Combustível a Preço Justo”, em um posto de combustíveis do bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. Durante mais de cinco horas, trabalhadoras e trabalhadores de aplicativos e entregadores abasteceram seus veículos com gasolina a R$ 3,50 o litro. Para motoristas de carros  foram 20 litros e, para motoboys, 10 litros.

O subsídio ou desconto de R$ 2 no preço do litro de gasolina foi custeado por trabalhadoras e trabalhadores filiados a entidades sindicais CUTistas, que lutam contra a política econômica do governo genocida de Jair Bolsonaro na Petrobras, que associa os preços ao câmbio internacional e penaliza, principalmente, a população mais pobre com o aumento dos preços do gás de cozinha e de todos os produtos, especialmente os da cesta básica. E, além disso, os organizadores se solidarizaram com uma das categorias que vêm sendo mais prejudicadas com os constantes reajustes de preços – já foram cinco em 2021 -, que só beneficiam acionistas e grandes grupos econômicos e detrimento da maioria de população.

A manifestação, que começou por volta das 10 horas, com a distribuição de vouchers, fez parte do Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Estatais e do Serviço Público, pelo Preço Justo dos Combustíveis, pelo Auxílio Emergencial, em Defesa dos Empregos, e contra a Reforma Administrativa.

Dirigentes sindicais e militantes dialogaram com trabalhadoras, trabalhadores de aplicativos (Uber) e motoboys e com a população sobre a necessidade de mudar a atual política de preços, além de mostrar que os combustíveis no Brasil podem ser mais baratos. As categorias se concentraram na rua Santa Luzia, ao lado do posto, que fica na rua Niquelina, desde a madrugada. O ato e o abastecimento transcorreu sem qualquer transtorno para o trânsito na região e todos respeitaram os protocolos sanitários.

Os manifestantes também exigiram vacinação imediata para toda a população brasileira e se uniram contra os ataques do governo Bolsonaro, que se aceleram a cada dia, causando o aumento do desemprego, redução da renda média e salários e intensificando a retirada de direitos de trabalhadoras e trabalhadores. Por isso, a classe trabalhadora se une e se organiza em defesa da vida, dos direitos  e da democracia para derrotar o projeto neoliberal de destruição e subordinação nacional, que só produz desigualdade, exploração e morte. Em resumo, os atos realizados são contra a fome, a miséria e pela vida do povo.

E outras manifestações serão realizadas em todo país para derrotar a política de morte do governo Bosonaro e do governo de Romeu Zema, em Minas Gerais, que replica todas as ações do governo federal. Principalmente na negligência quanto à crise sanitária e às milhares de mortes provocadas pela pandemia de Covid-19, e nos projetos de privatização, de Estado mínimo, de reforma administrativa, com o sucateamento do serviço público e da prestação de serviços básicos, como saúde e educação.

Trabalhadoras e trabalhadores de aplicativos aprovaram a ação e o protesto contra a política econômica do ministro Paulo Guedes e do governo Bolsonaro. “A iniciativa da CUT e dos sindicatos é ótima.Com esses reajustes, o preço da gasolina torna quase inviável o trabalho de nós, dos aplicativos. Com esta política econômica, o governo de Bolsonaro quer acabar com o Brasil”, disse Djalma Ferreira Franco, entregador.

“O que está acontecendo é um absurdo. O preço, para nós, tem que ser este aí: R$ 3,50 o litro. Não tem qualquer sentido o que estão cobrando para quem sobrevive a duras penas trabalhando por aplicativo. Trabalho há um ano neste ramo, desde que a pandemia começou. E olhe bem, o reajuste acontece durante uma crise sanitária. Mas a categoria se uniu diante desta situação. Estes ataques contribuíram para unir as galeras dos carros e das motos na luta contra tudo isto. Precisamos demonstrar nossa insatisfação com este governo e os companheiros se conscientizarem que temos que lutar unidos”, avaliou Felipe Zuppo, um dos líderes dos trabalhadores por aplicativos desde 2018.

“O protesto é válido e as manifestações devem continuar. Estou na fila do abastecimento da campanha desde às 6 horas da manhã. Valeu a pena. O governo Bolsonaro gerou todos estes problemas. Não há qualquer justificativa para tantos aumentos de preços. É preciso pressionar para que a política de preços da Petrobras seja alterada e nacionalizar os preços dos combustíveis”, disse Wesley Alves Monteiro, motorista de aplicativo há um ano e meio.

Para o presidente da CUT/MG e diretor do Sindielero, Jairo Nogueira Filho, o ato demonstrou que é possível a gasolina ser vendida a um preço justo e a população precisa debater e combater a política econômica do governo Bolsonaro. “Hoje, no dia 4 de março, realizamos este ato nacional da CUT, em todo o Brasil, questionando os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras nesta política de Paulo Guedes e Bolsonaro. Vendemos a gasolina a R$ 3,50 o litro, valor subsidiado pela CUT e pelos seus sindicatos para trabalhadoras e trabalhadores de aplicativos. Numa demonstração de que é possível ter um preço de gasolina mais justo, a R$ 3,50 para o povo brasileiro. Esta política de tornar o preço internacional de petróleo, de dolarizar o preço da gasolina tem elevado todos os meses, este ano já aumentou várias vezes os preços dos combustíveis, que aumenta outros produtos em cadeia. Por isso a nossa luta, nossa batalha, e o debate com a população. É importante que a população discuta este modelo, que não atende ao povo. A Petrobras é autossuficiente em petróleo para atender todo o povo brasileiro. Ela consegue refinar este petróleo e transformar em gasolina. Não há nenhuma necessidade que o povo pague o preço que paga hoje por litro de gasolina. É um absurdo. Por isso, a nossa luta no dia de hoje, este diálogo com a população, é para a gente conseguir acabar com esta carestia que está hoje no Brasil. É a gasolina cara, o botijão de gás a R$ 100, é a carne a R$ 70, os alimentos como um todo muito caros. E a população não aguenta mais. Por isso a CUT Minas, a CUT Nacional juntamente com todos os sindicatos filiados realizam esta atividade de hoje.”

“O protesto foi fundamental para mostrar à população, de uma forma positiva, o quando é nefasta a política econômica do governo Bolsonaro. A ação é ainda mais válida pelo apoio aos trabalhadores de aplicativos. A política é, por si só, equivocada e genocida. O que é ainda pior num momento de pandemia, de crise sanitária. Se tivéssemos um governo realmente compromissado com a classe trabalhadora, não com os grandes grupos financeiros e o agronegócio, haveria um tratamento digno na pandemia. Mas ele não reconheceu a gravidade da situação e retardou a vacinação o quanto pôde. Com a política econômica, quem sofre é a classe trabalhadora. E estamos sob a ameaça da reforma administrativa, algo que vai significar o desmonte do serviço público. Com ela, a classe trabalhadora vai encontrar mais dificuldade para acessar os serviços básicos, como saúde e educação. Num país tão desigual, as consequências quem vai sofrer é população mais pobre”, analisou Sânia Barcelos Reis, secretária de Formação do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal no Estado de Minas Gerais (Sindisep-MG).

É importante que a todos saibam que a Petrobras explora petróleo no Brasil por US$ 13 o barril, mas vende para as refinarias brasileiras por US$ 60, que é o preço internacional. Nós somos o país produtor, nós podemos explorar e refinar nas refinarias da Petrobras, que hoje estão ociosas em 70% e vender a um preço justo. Que garanta o lucro da empresa, mas garanta o direito de uso da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Para mudar esta realidade, precisamos mudar a política de preços da Petrobras. Se o petróleo é nosso e as refinarias são nossas, porque que temos que vender a preços internacionais. Com um preço nacionalizado, sairia a R$ 3,50 a gasolina, R$ 50 o botijão de gás. Porque vender a preços internacionais, dolarizar o petróleo é maldade com o povo, é covardia. Esta nossa ação é para falar: sim, nós podemos vender, a Petrobras pode vender a gasolina e o diesel mais barato. Para isto tem que mudar a política de preços da empresa. Os motoristas de aplicativos, os motoboys da entrega, nós temos que nos juntar e pressionar. O preço que está hoje é um absurdo. Não para trabalhar, roubar na entrega pagando R$ 6 a gasosa. Nós podemos vender mais combustível mais barato. E para isto, vamos fazer outras ações com o diesel e gás de cozinha, para pressionar o governo Bolsonaro e dialogar com a população”, afirmou Alexandre Finamori, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais.

 

Fonte: CUT Minas

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