Várias audiências públicas estão sendo realizadas, na Grande BH e no interior, para discutir com o poder Legislativo e a população em geral o fechamento de localidades e o projeto de privatização da Cemig. Em nenhuma das audiências, embora convidada, a Cemig compareceu. Ignora totalmente os apelos e os anseios dos políticos e da sociedade para saberem os motivos da empresa para sucatear os serviços e também os motivos do governo estadual para tentar privatizar a estatal, a mais importante empresa pública de Minas.
Mas com os empresários a Cemig tem conversado, no entanto, sem, até o momento, apresentar os reais motivos e muito menos garantir a qualidade dos serviços que, para o Sindieletro, passa por manter a empresa como estatal, contratar mais trabalhadores por concurso e rever a decisão de fechar localidades.
No Triângulo a Cemig se reuniu com representantes locais da Fiemg, para discutir os problemas de falta de energia em 20 municípios da região. Segundo o jornal de Uberaba, após a reunião, no início de abril, a empresa agendou novo encontro para o mês de maio visando apresentar um relatório de ações executadas para solucionar problemas relacionados à energia elétrica em 20 municípios da região. A apresentação, conforme o jornal, integra o projeto Fiemg em Ação, idealizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) – Regional Vale do Rio Grande.
“As demandas foram apontadas pelos prefeitos, durante uma ação da entidade para atrair investimentos. Fizemos a interlocução com a Cemig e, em fevereiro, conseguimos a garantia de redução de prazos de instalação de 720 dias para 360 dias, mediante planejamento com a distribuidora”, explicou a presidente da Fiemg Regional Vale do Rio Grande, Elisa Araújo.
Também foram debatidas questões relativas às obras na rede de média tensão, superiores a um quilômetro, loteamentos, remoção de poste, obras de segurança e redes subterrâneas.
“A reunião foi extremamente produtiva. O empresariado saiu satisfeito com as solicitações atendidas em curta e longo prazo. Temos certeza de que, na reunião de maio, a Cemig nos dará só notícias positivas para as 20 cidades da nossa regional, que já encaminharam demandas à companhia”, salientou o vice-presidente da Fiemg Regional Vale do Rio Grande, Luiz Alberto Balieiro, conhecido como Ziza.
Pelo o que o jornal informou, não foi incluido na pauta de debates o fechamento de localidades. Eis aí o principal motivo de tantos apagões no interior, e a região do Triângulo é uma das mais afetadas. Prefeitos da região estiveram presentes em recente audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas, por demanda do Sindieletro, e criticaram bastante a Cemig, pela falta de diálogo e a imposição do projeto de fechamento das localidades. Os prefeitos - e também vereadores - deixaram claro que o problema dos apagões, que têm comprometido a economia local, está diretamente relacionado aos fechamentos de localidades e transferências de trabalhadores. As cidades estão ficando sem atendimento presencial da Cemig e para restabelecer a energia elétrica há registros de até 70 horas de apagões.