Eletro Santa Clara não cumpre acordo com trabalhadores



Eletro Santa Clara não cumpre acordo com trabalhadores

O acordo que os trabalhadores demitidos da empreiteira Eletro Santa Clara, na região de Curvelo, conquistaram durante a paralisação realizada em dezembro de 2014 corre sério risco de não ser cumprido. Demitidos no ano passado, após o cancelamento do contrato de trabalho da empreiteira com a Cemig, devido a várias irregularidades, eles obtiveram pela mobilização a garantia dos representantes da empresa, na Justiça do Trabalho, do recebimento de toda a rescisão. Tudo estava encaminhado, mas, na hora de homologar o acordo, o discurso dos patrões foi outro e a postura da Justiça do Trabalho também mudou.

Em audiência realizada no último dia 28 de janeiro, na 1ª Vara do Trabalho de Curvelo, com a juíza Vanda Lucia Horta Moreira, a Eletro Santa Clara tentou concretizar a maldade iniciada em dezembro de 2014 com a famigerada tentativa de transferir os trabalhadores para outra empreiteira (processo chamado de sucessão entre empresas em que os empregados são transferidos para outro patrão sem o acerto). A empreiteira propôs o pagamento da rescisão em 15 parcelas, impondo aos trabalhadores o fim do contrato de trabalho.

O que houve com dinheiro?

Essa é uma proposta muito ruim e que já foi rejeitada pelos trabalhadores. Vale lembrar que o acordo firmado em dezembro, que pôs fim à paralisação, ocorreu mediante a garantia da Cemig de liberar os quase R$ 900 mil retidos da Eletro Santa Clara para o acerto com os trabalhadores, como a própria empresa informou. A gente pergunta: o que houve com esse dinheiro? Por que não foi feito o acerto?

A maior parte dos eletricitários terceirizados está sob a responsabilidade da DDC. São cerca de 18 mil trabalhadores nessa relação trabalhista. Será que essa Diretoria está interessa em resolver os problemas gerados pela terceirização? Será que vai punir os donos de empreiteiras? Os trabalhadores, há mais de uma década, pagam muito caro pelo descaso do Estado.

Os trabalhadores cobram uma solução digna para o impasse criado na Santa Clara. Nova audiência será realizada no próximo dia 10 e os eletricitários demitidos e injustiçados esperam que desta vez sejam respeitados e recebam finalmente tudo o que têm direito.

Situação em Patos de Minas

Na região de Patos de Minas os trabalhadores demitidos também recorreram à Justiça para receber seus direitos. O juiz liberou o FGTS e o formulário do seguro desemprego. Infelizmente, a Justiça ainda não decidiu sobre os demais direitos, sem falar que o trabalhador acidentado, Lucio Nery, que perdeu dois antebraços e uma das pernas, está precisando de próteses, urgente, com o risco de perder a sensibilidade nas extremidades dos membros mutilados.

Eletro Santa Clara/Jadel

A Eletro Santa Clara, mesmo tendo o contrato com a Cemig suspenso, ainda não deixou de atuar na Cemig, gerando mais irregularidades. A empreiteira faz parte de um consórcio com mais quatro empresas, entre elas, a Jadel Construções Elétricas. A gestão anterior da Cemig permitiu que tal descalabro acontecesse, mas agora esperamos uma posição mais firme com relação a esses desmandos e desrespeito da empreiteira.

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