No início do mês, o Sindieletro noticiou o fim do contrato com a Santa Clara, no Alto Paranaíba, que, por falta de planejamento da Cemig, acabou expondo eletricitários do quadro próprio, sem experiência, aos riscos do trabalho na rede. Esta semana, trabalhadores que prestam serviços para a empreiteira na Região Norte, denunciam outras irregularidades cometidas pela empreiteira, como atraso no salário e no auxílio alimentação, que deveriam ter sido pagos até o dia 7 de agosto.
A maioria dos trabalhadores veio de outras cidades e vive em alojamentos alugados em Curvelo, mas o dinheiro do aluguel de agosto também não foi liberado e há trabalhadores com férias vencidas. A empresa não dá explicação sobre atrasos para as equipes e nem respondeu, até o fechamento do jornal, questionamentos do Chave Geral sobre a regularização dos débitos. “Todos nós temos compromissos com salário, que está atrasado e, mesmo sem receber, estamos trabalhando. Mas os donos da empreiteira não têm o mínimo de consideração com a gente”, denuncia um eletricista.
Está previsto para 18 de agosto pregão da licitação para escolher a empresa que deverá assumir contratos que eram da Santa Clara. Para o Sindieletro, a Cemig deve garantir todos os direitos desses eletricitários na rescisão trabalhista e que eles sejam readmitidos por outra empreiteira da região.
Alto Paranaíba
O Sindieletro sempre lutou para que as atividades fim, como a intervenção na rede, fossem realizadas pelos eletricistas do quadro próprio da Cemig. Mas a entidade não se omite diante das questões que podem colocar em risco a saúde e segurança dos eletricitários.
Para formar duplas de eletricistas do quadro próprio, que substituirão as equipes da empreiteira em Patos d emInas e região, estão sendo convocados trabalhadores do último concurso de outras regiões para compor, com eletricistas mais experientes, as equipes que executarão serviços complexos. Eletricistas que não executam intervenção na rede há alguns anos também estão sendo convocados para compor as duplas.
Para o Sindieletro, a Cemig teve tempo suficiente para se estruturar para assumir os serviços na região de Patos de Minas, inclusive as gerências SM/PM e SM/PO foram advertidas pelo Sindicato, inúmeras vezes, sobre a situação na Santa Clara. É um risco absurdo trazer trabalhadores de outras bases (quadro próprio e de empreiteiras) para encobrir a falta de planejamento da empresa. A gestão foi irresponsável ao não convocar eletricistas classificados no último concurso, que continua valendo, para atuar em Patos de Minas.
Os problemas envolvendo a Cemig e a Eletro Santa Clara há um ano e meio foram, inclusive, denunciados pela imprensa de Patrocínio e região, sem que nenhuma providência fosse tomada pela Companhia. Apesar dos alertas do Sindieletro às gerências, a Cemig, ao invés de planejar uma saída para a situação, reduziu drasticamente o quadro próprio de eletricistas e sucateou equipamentos e veículos, penalizando a população e os trabalhadores.
Segurança em segundo plano
A falta de planejamento da Cemig e das gerências foi tanta que já foi avisado que até os técnicos, se necessário, terão que atuar na rede elétrica. O pior é que, em plena discussão do Pacto pela Saúde e Segurança, a empresa vai desviar os eletricistas de linha viva para atuar em outras áreas e supervisores estão sendo cadastrados para intervir na rede elétrica. Todas essas ingerências podem comprometer a segurança dos trabalhadores e resultar em graves acidentes.