Um funcionário terceirizado da Enel, distribuidora de energia elétrica do Ceará, foi demitido após se recusar a fazer cortes de energia na casa de consumidores inadimplentes em Fortaleza. Ele diz que mais colegas foram dispensados também, pelo mesmo motivo.
“As pessoas neste momento estão necessitando da energia, não achei justo”, alegou o eletricista Ramiro Roseno Sombra, 27 anos, no desabafo publicado no Instagram.
“Recebi 52 cortes, eu e mais 19 motoqueiros, quatro foram demitidos, eu e mais três, e 16 foram suspensos por um dia porque todos eles reivindicaram que não iriam cortar cliente específico porque nesse momento, nesse período, não é cabível cliente ser cortado”, disse. Segundo ele, depois de se negar a fazer o serviço, recebeu uma advertência e horas depois foi demitido.
Além dos problemas que causaria aos clientes com os cortes de energia neste período, o eletricista argumenta que o “serviço é arriscado”: os profissionais temem reações violentas da população ao tentar fazer um corte de energia, ainda mais nesta época de quarentena.
Em nota, a Enel afirmou que o serviço mencionado no vídeo refere-se à suspensão do fornecimento de energia por solicitação do próprio cliente, o que ocorre em casos de encerramento de contrato de aluguel ou mudança, por exemplo.
A empresa também diz que, mesmo com o avanço do coronavírus, não tem medido esforços para garantir a operação do serviço de distribuição e as solicitações dos clientes, em todos os estados em que atua.
Vaquinha
O site Razões para Acreditar criou uma vaquinha online para que Ramiro não fique desamparado. O eletricista mora com a mãe e com o padrasto, que são feirantes e estão parados também por causa da crise do coronavírus. Ele também paga pensão de quatro filhas.
Em vídeo, Ramiro conta que outros três colegas de profissão foram demitidos e mais 16 suspensos por um dia por se recusar a fazer os desligamentos que conforme ele, eram por causa de débitos. Clique aqui e veja
Fonte: Catraca Livre