Os eletricitários realizam, nesta quinta-feira (30/8), o Dia Nacional de Luta contra a Privatização do Sistema Eletrobras, marcando o encerramento de uma paralisação dos trabalhadores de 72 horas, iniciada na terça-feira (28/8), em protesto a suspensão da liminar que impedia a privatização das distribuidoras do Norte e Nordeste.
Nesta quinta-feira ocorre o leilão de três distribuidoras da Eletrobras – Companhia de Eletricidade do Acre, Centrais Elétricas de Rondônia e Boa Vista Energia, distribuidora de Roraima, por apenas R$ 50 mil cada, conforme confirmou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), responsável pelo processo, em comunicado divulgado nesta quarta (29/8). Segundo o BNDES, os lances serão viva-voz e a abertura dos envelopes de habilitação ocorrerá às 15h, na Bolsa de Valores de São Paulo.
Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, Nailor Gato, “a responsabilidade pelas consequências nefasta da privatização das distribuidoras à população dos estados é da bancada de deputados e senadores que deram sustentação e aprovaram as políticas entreguistas do governo golpista, como a PEC da Morte (não se terá investimentos na educação e saúde por vinte anos), a terceirização de todas as atividades (redução de salários e aumento de acidentes), a reforma trabalhista, que subtraiu direitos e precarizou as relações de trabalho e a entrega descarada do patrimônio do povo brasileiro ao capital financeiro especulativo”.
O cronograma de privatização prevê também o leilão da Amazonas Energia para o dia 26 de setembro. Em julho deste ano, a distribuidora do Piauí (Cepisa) já foi arrematada em leilão também realizado na Bovespa.
Já o leilão da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) continua suspenso devido a uma decisão judicial. Uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu a venda da companhia, após ação movida pelo governo de Alagoas.
Liminar suspensa
No dia 16 de agosto, o Órgão Especial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região do Rio de Janeiro (TRT1) havia suspendido, por 11 votos a 3, o leilão das distribuidoras da Eletrobras. Com isso, a liminar concedida pela 49º Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que havia sido cassada pelo presidente do TRT1, tinha voltado a valer.
De acordo com a liminar, concedida em junho pela juíza Raquel de Oliveira Maciel, o processo de desestatização das distribuidoras estava suspenso até que as empresas apresentassem um estudo sobre o impacto nos empregos dos trabalhadores das distribuidoras de energia em caso de alienação ou liquidação.
No entanto, quatro dias após a decisão favorável aos trabalhadores e trabalhadoras, no dia 20 de agosto, o presidente do TST, ministro Brito Pereira, suspendeu a liminar e liberou a venda.
Na Pressão – pressione os parlamentares para não votarem pela privatização da Eletrobras
Contra a entrega do patrimônio público que pertence ao povo brasileiro, como as distribuidoras da Eletrobras e o Pré-Sal, eletricitários e petroleiros, com o apoio da CUT, lançaram uma campanha para pressionar os senadores a votarem contra os projetos de lei que permitem a entrega das estatais.
Para isso, basta acessar o site Na Pressão e mandar e-mail, telefonar ou postar recados nas redes sociais dizendo que é contra a entrega a preço de banana do patrimônio público brasileiro.
Ao acessar o site Na Pressão, o usuário encontrará duas colunas: a azul corresponde aos senadores favoráveis aos projetos e a coluna verde são os parlamentares que querem manter a energia e o petróleo com o controle do povo brasileiro.
É possível enviar mensagem a cada senador de forma individual ou é possível optar por encaminhar, de uma só vez, e-mail para todos os parlamentares indecisos ou a favor do governo do ilegítimo Temer pelo link “Ativar Ultra Pressão”. Ao clicar na foto individual do parlamentar, é possível acessar informações completas do deputado, como partido, estado e até mesmo contato para envio de mensagens por meio do whatsapp.
Urbanitários em luta: contra à privatização do setor elétrico e do saneamento.
ÁGUA, ENERGIA E SANEAMENTO NÃO SÃO MERCADORIAS!
Fonte: FNU/CUT