Na sexta-feira (06), o Sindieletro realizou um ato no Anel Rodoviário, contra a demissão do técnico comercial da TR/SA, Anderson Lincoln de Jesus.Mais uma vez a Cemig demonstrou como o RH lida com as questões de interesse dos trabalhadores, numa relação pautada pela falta de diálogo, pelo autoritarismo e truculência.
Durante o ato, os eletricitários foram surpreendidos com a chegada de três viaturas da Polícia Militar, que foi acionada pela Cemig. Os policiais chegaram armados com metralhadoras em punho, como se ali não tivesse trabalhadores, mas bandidos.
A habilidade dos diretores do Sindieletro conseguiu impedir que o ato se transformasse em uma praça de guerra. Após negociação, o veículo do Sindicato foi retirado da frente do portão, mas eletricitários do Anel ocuparam o espaço, demonstrando solidariedade ao eletricitário demitido e disposição para defender o sindicato das investidas da Cemig para destruir a organização dos trabalhadores.
Para o diretor do Sindicato na Regional Norte, Lúcio Parrela, o fato foi positivo porque os trabalhadores do Anel Rodoviário entenderam que o momento é delicado e demonstraram amadurecimento político ao defender a entidade.
Setoriais em todas as portarias
A truculência da Cemig não vai intimidar a direção do Sindieletro, que está permanentemente nas portarias da empresa. Na segunda-feira 09, os trabalhadores de Conselheiro Lafaiete participaram de uma setorial e propuseram uma mobilização da categoria contra as demissões. Em Montes Claros os eletricitários cobram respeito e avisaram que não vão ficar calados diante das injustiças da Cemig.
Sem justa causa
O técnico comercial da TR/SA no Anel Rodoviário, Anderson Lincoln de Jesus, de 42 anos de idade, iria completar 24 anos de trabalho na Cemig, no próximo mês de julho, mas foi demitido na última quinta-feira (05), quatro dias antes de sair de férias.
Ao questionar o motivo, o gerente Mauro Marinho, alegou baixa produtividade, mas, na verdade, conforme consta na carta de demissão, o motivo foi “remodelação do setor elétrico”. Ou seja, o trabalhador foi demitido para reduzir custos na Cemig D. Contraditoriamente, a empresa registrou lucro recorde de R$ 1.250 bilhões no primeiro trimestre, 52% maior que no mesmo período do ano passado.
O eletricitário afirma que, durante todo o tempo que trabalhou na empresa, ficou mais de oito anos em desvio de função e sofreu perseguições, inclusive, foi impedido de participar de concurso interno por não ter parcelado a Maria Rosa e não vender o anuênio.
O Sindieletro repudia a atitude da Cemig de acionar a polícia para os trabalhadores e a demissão injustificada do trabalhador. O Sindicato não vai se intimidar e, junto com a categoria, vai mobilizar para reverter mais esta arbitrariedade da Cemig.