Na manhã desta quarta-feira, o Sindieletro foi para as portarias da Cemig na Grande BH, debater a situação dos trabalhadores da Cemig Serviços que, acorrentados, ocupam há nove dias a Sede da empresa, no bairro Santo Agostinho, na capital.
As setoriais debateram a proposta de realizar amanhã, quinta-feira, uma visita solidária aos companheiros da Cemig Serviços, em frente à Sede. Ao mesmo um tempo, será promovido um grande ato de apoio aos trabalhadores acorrentados e isolados. O movimento cobrará o diálogo e respeito à dignidade humana.
Na avaliação da direção do Sindicato, não dá mais para ficar vendo os eletricitários demitidos da Cemig S sofrendo com o autoritarismo e a repressão imposta pela direção da empresa. Os eletricitários da Cemig Serviços que ocuparam a Sede estão isolados por tapumes e ficaram dias sem nenhuma energia elétrica, no escuro.
O agente de unidade consumidora da Cemig S, Gilliard da Silva Franco, demitido em novembro de 2012, veio de Juiz de Fora para o movimento na Sede e relatou o assédio e exploração que ele e os demais trabalhadores sofreram. "A Cemig nos prometeu plano de carreira e mandou para a rua sem nenhuma consideração", concluiu.
Mobilização sem medo
O Sindieletro defende que solidariedade se transforme em uma mobilização coletiva, sem medo de mostrar a cara. "Com as demissões e essa truculência da Cemig, vamos ter que transformar a nossa ira em atitude e força a favor dos companheiros da Cemig S", convoca o diretor do Sindieletro, Ronei Cardoso Cunha.
No Quarteirão 14, o operador de usina, historiador e coordenador do Sindieletro na Regional Triângulo, Gustavo Brito, fez um importante alerta para os eletricitários: O isolamento é uma das formas mais antigas de tortura e, com o passar do tempo, gera nas pessoas efeitos terríveis. Para ele a truculência da Cemig chegou a um patamar insuportável e agora 'a luta pela dignidade é de toda a categoria'.
Na avaliação do Sindicato, a recusa dos gestores da Cemig de dialogar e lidar com as lutas dos trabalhadores tende a criar mais indignação e a mobilização em defesa do respeito aos eletricitários e ao emprego dos eletricitários da Cemig S crescerá a cada dia.