Eletricitários pararam na 5ª por resposta concreta à pauta da categoria



Eletricitários pararam na 5ª por resposta concreta à pauta da categoria

Os eletricitários pararam no dia 16 de julho. Eles cobram os compromissos do governador Fernando Pimentel de primarização, renovação das concessões, garantia de saúde e segurança e pagamento do retroativo dos 3%. E a luta deu resultados. O governador Fernando Pimentel recebeu carta dos eletricitários cobrando intervenção para que as negociações com a Cemig evoluam. Pimentel pediu para ser informado sobre as negociações. E O presidente da Cemig, Mauro Borges, recebeu uma comitiva de dirigentes sindicais e eletricitários.

Na Sede da empresa, no bairro Santo Agostinho, em BH, houve concentração de trabalhadores do local e também de outras bases. O Sindieletro realizou uma exposição de fotos para lembrar as lutas históricas que evitaram a privatização da Cemig e garantiram conquistas como PLR e concurso publico.

O diretor do Sindieletro, Marcelo Borges, avaliou que a primeira paralisação na atual gestão da Cemig mostra a grande disposição de luta dos eletricitarios. "Estamos só começando e a Cemig não pode dizer que não foi avisada. Cobramos negociação há vários meses", afirmou.

O também diretor do Sindicatro, Wellington Coelho, destacou que, sem luta, o capital e mercado ganham e o trabalhador vira apenas um número. "Essas fotos mostram que os direitos que temos hoje vieram de lutas e convidam a refletir: qual a contribuição voce dá hoje? Quem está aqui neste momento pode dizer com orgulho e dignidade que fez a sua parte, com suor e luta", ressaltou.

Já o técnico em elétrica lotado no Anel Rodoviário, Márcio Mendes Maia, que tem 35 anos de Cemig, disse se orgulhar de ter participado de grandes lutas da história do Sindieletro. "Se não fossem esses movimentos, a gente não teria Forluz, nem Cemig Saúde e talvez a empresa já estivesse privatizada, prejudicando muito a população. Foi com muita luta que conquistamos, também, o Auxílio Creche e a participação nos lucros, antes que esses direitos estivessem garantid por lei". No Anel, a adesão ao dia de paralisação foi grande. "O cemigueiro novato é o que mais precisa lutar, ao invés de deixar os chefes tratarem a estatal como se fossem eles os donos. Nada está garantido para nós, trabalhadores, se não houver luta", disse.

Sindieletro contesta informativo da Cemig

O presidente da Cemig, Mauro Borges, divulgou informativo declarando surpresa com a greve. O diretor do Sindieletro, Jobert Fernando de Paula, respondeu que é a categoria que está assustada com a manutenção de gerentes e superintendentes com péssima relação com trabalhadores e a demora da nova gestão para colocar no papel a primarização, além da demora de reagir ao risco da empresa de perder concessões de usinas.
Marcelo Correia, diretor de Comunicação do Sindieletro, destacou: "O que nos surpreende é a empresa não ter dado passo significativo para cumprir os compromissos do governado com trabalhadoree da Cemig. Uma nova Cemig vai nascer a partir dessa mobilizaçao com a presenca cada vez maior de trabalhador conciente na rua".
Já para outro diretor do Sindicato e secretário geral da CUT MG, Jairo Nogueira Filho, a a Cemig tem 10.600 eletricistas terceirizados e não dá para a empresa se limitar à capacidade da Escolinha de Sete Lagoas, ao propor treinar 160 trabalhadores por ano, pois a primarizaçao iria demorar demais. " A Cemig tem que ser criativa e o eletricitário tem que se mobilizar muito mais para enfrentar a conjuntura ruim que Eduardo Cunha cria para o país.

Recado do Sindieletro

Se você está trabalhando na Cemig é porque muitos lutaram antes de você pela abertura de concurso público, contra a privatização da empresa e pela manutenção de direitos e benefícios.

O melhor investimento que esses trabalhadores fizeram foi apostar na mobilização e na unidade, indo contra o comodismo que só nos levaria à perda de direitos.

A luta que travamos é de grande importância para o futuro da empresa e para nós, trabalhadores. Esperamos que você, também, cumpra seu seu papel como cidadão e trabalhador.

UMA NOVA CEMIG VAI NASCER DESSA LUTA. PARTICIPE!

O recado dos trabalhadores também foi dado em Mariana, diretamente ao governador Fernando Pimentel.

Eletricitários conentraram na Praça de Mariana. Eles entregaram ao governador uma carta esclarecendo os motivos da luta da categoria e cobrando intervenção para que a Cemig dê respostas concretas às negociações. Fernando Pimentel disse que vai se manter informado sobre as negociações dos eletricitários com a empresa.

Leia abaixo a carta que entregaremos ao governador e à direção da Cemig:

SINDIELETRO-MG/149/2015

Mariana, 16 de julho de 2015.

V.Exa.
Fernando Damata Pimentel
Governador do Estado de Minas Gerais

Senhor Governador,

Os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) estão realizando hoje uma paralisação para cobrar os compromissos firmados por Vossa Excelência durante o processo de eleição para o governo de Minas Gerais, em carta aos eletricitários e à Central Única dos Trabalhadores (CUT MG). Já entramos no segundo semestre e, infelizmente, as negociações não evoluíram.
Logo após a posse do presidente da Cemig, Mauro Borges, foi constituída uma mesa temática para negociar a primarização das atividades-fim da empresa. Em reunião, no dia 29 de maio, os representantes da empresa se comprometeram a apresentar respostas para o compromisso de convocar imediatamente 1.500 eletricistas do concurso público em aberto, e de propor um Acordo Coletivo de Trabalho Específico. Depois disso, não houve mais resposta da Cemig.

Os eletricitários aprovaram a proposta de Acordo de Primarização anexa e obtiveram o apoio da Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa e da Bancada do Partido dos Trabalhadores. A proposta prevê a contratação anual por concurso público de 3.000 trabalhadores, até o fim da terceirização das atividades-fim na Cemig.

Esta é uma reivindicação de grande importância, não apenas para a categoria, mas para o povo mineiro. Lembramos as palavras de V.Exa. na carta aos eletricitários: “Em nosso governo a palavra privatização não terá guarita. Ao contrário, queremos fortalecer as empresas públicas, melhorar a qualidade dos serviços prestados e alavancar o desenvolvimento econômico e social de Minas”.

Outra grande preocupação dos trabalhadores é com a renovação das concessões das usinas da Cemig. O governo anterior deixou a empresa à beira de um abismo, com cerca de 50% da capacidade de geração prestes a ser privatizada. Também sobre esse tema, V.Exa. posicionou-se na carta aos eletricitários: “Uma das primeiras medidas que tomarei será a de negociar junto ao governo federal a continuidade das concessões das usinas de geração sob o comando da Cemig. Esse é um patrimônio construído com recursos dos mineiros que não abriremos mão”.

Sabemos das dificuldades internas na empresa, com muitos gestores comprometidos com interesses privados, que continuam alinhados com a política de sucateamento, terceirização e privatização. Aguardamos a sua necessária intervenção para que os compromissos eleitorais sejam cumpridos e a Cemig possa contribuir para o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais, prestando melhores serviços aos seus consumidores.

Atenciosamente,

Jefferson Leandro Teixeira da Silva
Coordenador Geral - SINDIELETRO/MG

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