Ontem (22), os eletricitários conseguiram levar as reivindicações da categoria e os protestos contra a postura da Cemig na mesa de negociação até o governador Fernando Pimentel.
Essa foi a terceira vez que nosso movimento furou o cerco e fez chegar ao governador as cobranças dos compromissos de campanha assumidos por ele. No dia 16 de julho, uma comitiva de eletricitários abordou Pimentel em Mariana e cobrou a assinatura do Acordo de Primarização e a negociação da pauta dos eletricitários.
No dia 4 de dezembro, durante atividades do governador em Januária, no Norte de Minas, dirigentes do movimento dos eletricitários entregaram uma carta à Pimentel cobrando o cumprimento da agenda de primarização e a negociação honesta com os trabalhadores da estatal.
Na terça-feira, 22, aproveitando a presença do governador numa solenidade no Palácio das Artes, no centro de Belo Horizonte, os trabalhadores protestaram contra a postura da Cemig. O governador disse estar preocupado com a greve e disse que irá se reunir com os sindicatos até hoje (23). Esperamos que este encontro seja decisivo para as negociações.
Reunião na Cemig não avança
De imediato, a manifestação e o encontro com o governador arrancaram uma nova rodada de negociações que foi realizada na tarde da terça-feira. Mas, durante a reunião, a Cemig manteve a mesma intransigência que tem marcado esta campanha e as propostas de retirada de direitos. Os diretores da empresa repetiram, novamente, desconhecer o número de eletricistas das equipes multifuncionais, comprovando a falta de vontade de negociar de verdade.
Essa postura mostra que a empresa investe mais em derrotar os trabalhadores do que na busca de soluções para os problemas colocados na mesa de negociação, tentando impor prejuízos e cortes de direitos aos eletricitários.
Também nessa terça-feira, 22, o Conselho Deliberativo esteve reunido na sede do Sindieletro traçando estratégias para fortalecer a greve e ampliar a pressão sobre o governo e a direção da empresa. A avaliação mostrou que a categoria está firme na disposição de conquistar um ACT digno e justo.
Vamos todos nos manter em vigília nas portarias da empresa para aguardar o resultado da reunião com o governador. A greve continua! Juntos fazemos a diferença neste momento que ficará para sempre na história da Cemig.
NENHUM DIREITO A MENOS, POR JUSTIÇA E PELO FIM DOS ACIDENTES E MORTES NA CEMIG. CHEGOU A HORA DE CONQUISTAR!
GREVE NO TRIÂNGULO TRIÂNGULO
Trabalhadores de empreiteiras cumprem jornadas extenuantes para cobrir grevistas
Na última segunda-feira, 21, o Sindieletro recebeu graves denúncias de que eletricistas da empreiteira Assolar, contratada da Cemig na região noroeste
pela gerência SM/PR, estão trabalhando 15 horas diárias e por até 10 dias seguidos, sem intervalo para descanso, para atender as faltas de energia. Tudo isso para cobrir a falta dos eletricitários que fazem greve há 29 dias. Os trabalhadores ainda ficam sem alimentação quando estão em deslocamento, já que os restaurantes da região não aceitam vender a prazo para a Assolar. Para o Sindieletro fica cada vez mais claro como a direção da Cemig “tirou os pés da realidade”.
Enquanto a Cemig insiste na enrolação e se nega a fazer justiça na distribuição da PLR e a discutir com seriedade o Acordo de Primarização, eletricitários terceirizados são explorados, sugados ao máximo para garantir a PLR que a direção da empresa quer distribuir para as chefias.
O discurso da diretoria da empresa é de um “futuro promissor para a Cemig”, com primarização e valorização dos trabalhadores, mas a prática é de manter a exploração dos terceirizados e proteger as empreiteiras.
É assim que a Cemig lida com a nossa greve. Enquanto presidente da empresa entra de férias, terceirizados são explorados para cumprir as funções dos trabalhadores em greve.
Além da jornada de trabalho insustentável, os dirigentes do Sindieletro na Regional Triângulo já haviam denunciado ao gerente da SM/PR, Emmanuel José Bernardes, e ao diretor de Distribuição
e Comercialização (DDC), Ricardo Charbel, as condições desumanas de trabalho, saúde e segurança na empreiteira, além do atraso de salários.
PRECARIZAÇÃO
Eletricitários denunciam que os veículos estão com pneus carecas, sem estepe e que o adicional de direção foi cortado de maneira unilateral pelo gerente da Assolar. A segunda parcela do 13º salário, que deveria ter sido depositada até o dia 18 de dezembro, ainda não foi regularizada. Em sete meses de atuação na região, a empreiteira não depositou nenhuma parcela do Fundo de Garantia.
Diante de tantos problemas, perguntamos ao presidente Mauro Borges e ao governador Pimentel: são casos como esse que representam a política de valorização dos trabalhadores prometida pelo novo governo? Onde está o Acordo de Primarização “ambicioso” que presidente da Cemig alardeou que estava em construção? Nossa greve é contra absurdos como esse! Ela é justa e luta por vida, trabalho e dignidade!
Boas festas!
O Sindieletro deseja a todos os eletricitários e eletricitárias um Natal com muita luz e esperança. Vamos renovar nosso espírito e força para enfrentar, juntos, os desafios.
Vida, trabalho e dignidade!