Eletricitários de empreiteira da Cemig parados



 Eletricitários de empreiteira da Cemig parados

Os eletricitários da Imobluz Empreendimentos e Construções, empreiteira da Cemig que atende na região de Almenara e Araçuaí, no Vale Jequitinhonha, estão de braços cruzados desde segunda-feira (12). Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e de salários.

O nível salarial na Imobiluz é tão baixo que alguns trabalhadores se auto-intitularam “escravos” de um sistema cruel e injusto de exploração da mão de obra. Para se ter ideia, um eletricista nível 1 recebe R$ 725 de salário mais periculosidade. A diferença para outro trabalhador, classificado no nível 9, é de apenas R$ 65.

Mesmo com salários tão baixos, os eletricitários denunciam que é prática comum na empreiteira pagar salários sempre às sextas-feiras, no final do expediente, em cheque. Essa situação obriga os trabalhadores a recorrer ao comércio local para trocar os cheques e eles acabam lesados, porque os comerciantes descontam, em média, 10% do valor.

Irregularidades nas horas extras

Os eletricitários não recebem tíquete alimentação, não têm plano de saúde ou qualquer outro benefício. Mas, o mais grave merece uma investigação. Trabalhadores denunciam que a empresa determina que cada eletricitário faça 40 horas extras por mês. Se o trabalhador fizer mais horas que as determinadas, o pagamento é feito via recibo, por fora do contra cheque. Ainda: caso o eletricista faça menos que as 40 horas estipuladas, no mês subsequente terá que fazer mais horas extra para compensar o ”saldo negativo”.

Mobilização continua forte

A Imobluz exigiu o retorno ao trabalho para negociar, mas os eletricitários, em assembleia realizada no dia 15, decidiram manter o movimento. Eles dizem que a empreiteira sempre usa a mesma tática e não cumpre o que promete. Indignado com a falta de respeito, um eletricista desabafou: “Não estamos prejudicando a imagem da empresa e sim reivindicando um salário justo e digno, compatível com a nossa profissão”.

O coordenador da Regional Leste do Sindieletro, Fabão, ofereceu solidariedade ao movimento. Além de manter a paralisação até o dia 21, foi tirada pauta de reivindicações que será entregue para a empreiteira. Para Fabão, é um absurdo que uma empresa do porte da Cemig permita, em pleno século XXI, que prestadoras de serviço como a Imobluz pratiquem salários tão ruins para pagar mão de obra altamente qualificada e que arrisca sua vida diariamente.

PRINCIPAIS DE REIVINDICAÇÕES DOS TRABALHADORES

- Piso salarial de R$ 1.200 partir de 1º de maio

- Tíquete alimentação de R$ 360

- Classificação de função em três níveis. Exemplo: eletricista nível 1-2 e 3

- Fim do pagamento de salário com cheque. A partir deste acordo, salário deverá ser pago até o 1º útil, com depósito em conta salário

- Plano de saúde com cobertura regional e estadual, extensivo aos dependentes (esposa e filhos)

- Acordo com validade de um ano, com estabilidade no emprego pelo mesmo período.

contra cheque

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