Eletricitários da Engelminas cruzam os braços



Eletricitários da Engelminas cruzam os braços

Os eletricitários da Engelminas que atuam na região de Sete Lagoas, em serviços na rede da Cemig, seguiram o exemplo de luta por dignidade e justiça. Mesmo com a atitude autoritária da empreiteira de chamar a Polícia Militar para registrar um Boletim de Ocorrência (BO), na tentativa de intimidá-los, o grupo de dezenas de trabalhadores da empresa, na cidade, seguiu em frente na disposição de paralisar as atividades nesta segunda-feira.

Os trabalhadores se concentram na portaria da empreiteira desde às 8 horas da manhã e cobram o pagamento do salário integral do mês de junho. A empresa só pagou R$ 400,00, sem dar qualquer justificativa e resposta aos apelos para que a remuneração seja integral. Segundo os eletricitários, se o pagamento não for efetivado nesta segunda-feira eles vão, amanhã, para a portaria da Cemig em Sete Lagoas, protestar e pressionar para que a empresa, co-responsável pelas relações de trabalho, interceda para que a situação seja regularizada.

Este ano a empreiteira já atrasou os salários por três vezes. A categoria também cobra que as horas extras sejam todas pagas no contracheque e que o repasse do vale transporte seja regular. Segundo denúncias de trabalhadores, a Engelminas paga no contracheque apenas parte das horas extras e também atrasa constantemente o vale transporte. Procurados, gestores da empreiteira foram blindados por um funcionário da administração, que disse não saber onde se encontram e nem ter o telefone de contato deles. Já a Cemig disse que não foi repassado todo o valor da fatura deste mês para a Engelminas, por causa de algumas pendências, sem informar se o motivo é devido às irregularidades.

“Ninguém fala nada com a gente, só ficam nos enrolando. O supervisor só sabe nos dizer mentiras, falando que vai resolver, mas não resolve. A Cemig fica surda e muda. Não agüentamos mais, por isso a gente paralisou as atividades, está muito difícil trabalhar com as contas em atraso, com os credores atrás da gente e as esposas desesperadas sem dinheiro nem para a comida”, desabafou um trabalhador. Outro disse que os riscos de acidentes para os eletricistas aumentaram, visto que ninguém está trabalhando com a tranqüilidade necessária. “Subir no poste com a cabeça quente, com tantos problemas financeiros, está sendo muito perigoso”, alertou um eletricitário da Engelminas.

Em dezembro de 2012 e inicio de 2013, o Sindieletro teve que intervir para garantir que os trabalhadores da Engelminas recebessem seus salários, o adiantamento salarial de novembro e dezembro, o vale-alimentação na sua integridade, as horas extras e que pudessem programar as férias de forma a não ficarem no prejuízo. Agora, o Sindicato novamente age para garantir os direitos dos eletricitários. Já a Cemig fica na sua zona de conforto, não fiscaliza, lava as mãos e só busca o lucro.

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