Eletricitários cobram avanços



 Eletricitários cobram avanços

As entidades sindicais estiverem reunidas ontem, 14, com a Cemig a tarde inteira. A empresa se comprometeu em fazer mudanças nos pontos mais relevantes da proposta para Acordo que é a linearidade na PLR, o acordo de primarização, o fim da retirada de direitos e a não punição dos grevistas, mas até agora não apresentou novidades.

A direção do Sindieletro está fazendo contatos desde cedo no governo do Estado e na Cemig em busca de nova rodada de negociação para esta terça-feira, 15, e alerta que se a empresa não atender as principais reivindicações da categoria, a greve continuará.

Leia abaixo a carta que o Sindieletro encaminhou ao governador Fernando Pimentel cobrando os compromissos assumidos em 2014 com os eletricitários.


Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2015.

Exmo. Senhor Fernando Pimentel
DD. Governador do Estado de Minas Gerais
Rodovia Prefeito Américo Gianetti, S/Nº-Serra Verde Palácio Tiradentes-Cidade Administrativa
31.630-901 - Belo Horizonte - MG

Senhor Governador,

Os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, em greve há quinze dias, vêm solicitar sua intervenção nas negociações, visando a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria.

Desde a posse da atual direção da Empresa, temos cobrado as mudanças na gestão da Cemig e buscado negociar o cumprimento dos compromissos assumidos por V.Exa. com os trabalhadores e a sociedade. Em especial, cobramos a contratação imediata de 1.500 eletricistas do concurso público em aberto, um acordo específico com regras e calendários visando o fim da terceirização das atividades-fim, uma nova política de saúde e segurança, medidas concretas para a valorização profissional, como o novo Plano de Cargos e Remuneração, promoção dos aprovados na seleção interna e aumento real.

No entanto, fomos surpreendidos com propostas que, em vez de avanços, trouxeram redução na remuneração e cortes de conquistas e direitos. A gestão da Cemig está propondo a redução de até 80% do capital do seguro de vida em grupo; exige a renúncia de uma ação jurídica do Sindicato contra a empresa por descumprimento de Acordo Coletivo em 2007/2008; quer adiar o pagamento de verba de promoção profissional e, ainda reduzir o tíquete-refeição dos eletricitários.

A Empresa também propõe a redução de 50% do montante de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), retira o pagamento mínimo acordado em todos os anos anteriores e, ainda, impõe que este acordo tenha validade de quatro anos.

No esforço de negociação, mesmo com a empresa apresentando um lucro superior a R$2 bilhões, 8% superior ao mesmo período do ano passado, mas entendendo as dificuldades do primeiro ano de mandato e visando construir um acordo virtuoso, a categoria aceitou reduzir o montante da PLR. Mas, para proteger os menores salários, os trabalhadores querem a distribuição de forma igual para todos (linear). Também nas demais reivindicações, buscamos diminuir impactos iniciais, mas mantendo a essência dos compromissos de fim da terceirização e de valorização profissional.

Infelizmente, a atual gestão da Cemig tem virado as costas para os trabalhadores e optado por manter e até ampliar os privilégios de poucos.
Neste ano em que propõe cortes aos trabalhadores, a direção da estatal aprovou aumentos superiores a 60% para conselheiros e assessores de recrutamento amplo, além de criar mais cargos de diretores, assessores, superintendentes e gerentes. Enquanto corta tíquete-refeição dos trabalhadores, a diretoria aprovou aumento de diárias para viagens internacionais de U$500 para U$1.000 e, agora, protege os salários mais altos na distribuição da PLR.

Não podemos aceitar que compromissos virem letra-morta e, para que seu governo não caia no completo descrédito dos eletricitários, solicitamos sua intervenção imediata nas negociações.
Atenciosamente,

Jefferson Leandro Teixeira da Silva SINDIELETRO/MG –Coordenador Geral

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